Meu Rincão

Minha terra não é de todos;
Apenas de quem a ama!
Minha terra não tem tudo;
Apenas o essencial!
Minha terra não tem pressa;
Mas, às vezes, corre!
Minha terra não é grande;
Apenas suficiente!
Minha terra é rica:
Cultura, vanguarda, tradição...
Minha terra perfeita? É, não!
É quase humana, mãe!
É mutante:
Cinzenta , estorricada,
De repente, verde, encharcada!
É sensível, persistente, alegre...
Minha terra enche-me de saudade
Sua água revigora-me
É renovação!
São, do Sabugi,
João.

PR_SJS

domingo, 28 de dezembro de 2008

Ortografia

Novas regras entram em vigor em janeiro Assembleia, plateia, ideia, panaceia, Coreia, colmeia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico, enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem, eloquência, tranquilo, feiura, autorretrato, antissocial, suprarrenal, ultrassonografia, autoajuda, autoescola, contraindicação, semiaberto, semiárido, mandachuva, paraquedas, paralama e micro-ondas. Não, as palavras acima não estão grafadas incorretamente, ou pelo menos não estarão a partir de 1º de janeiro de 2009. É que, na data, entrarão em vigor as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo foi assinado em Lisboa, em dezembro de 1990, passou pelo Congresso Nacional que o aprovou por meio de decreto em 95, mas só no último final de semana foi assinado pelo presidente Lula. A partir de janeiro próximo, começa a correr o prazo para seja consolidado até dezembro de 2012. O acordo - que visa unificar o registro escrito do português nos oito países que falam o idioma: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal - reduz o uso do trema; elimina o uso do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas (como em "assembléia" e "idéia"); acaba com o uso do acento diferencial de palavras como pára (do verbo parar) e para (preposição); e incorpora as letras "k", "w" e "y" ao alfabeto, entre outras alterações. O decreto de implementação do acordo ( nº 6.586/08) foi assinado por Lula na Academia Brasileira de Letras (ABL), em sessão solene pela passagem dos 100 anos da morte do escritor Joaquim Maria Machado de Assis, primeiro presidente e símbolo maior da instituição. Em 2009, os livros escolares, distribuídos pelo Ministério da Educação à rede pública de ensino de todo o país, serão autorizados a circular tanto na atual, quanto na nova ortografia. A partir de 2010, deverão ser editados somente na nova ortografia, excetuadas a circulação das reposições e complementações de programas em curso. O texto do acordo ortográfico foi assinado pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 16 de dezembro de 1990. A norma deveria entrar em vigor quatro anos depois, mas algumas nações não conseguiram ratificá-lo a tempo. A expectativa é que as mudanças alterem entre 0,5% e 2% do vocabulário atual. Para conferir o texto do acordo clique em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6583.htm . (Agência Senado e Assessoria)

domingo, 21 de dezembro de 2008

Brasil República_Dândi Negro

Dândi Negro Por Petrônio Domingues ================================================================== Filho de ex-escravos nascido no fim do século 19, Lino Guedes destacou-se como jornalista, escritor e ativista político, respeitado entre a sociedade intelectual paulista. ================================================================== É comum pensar que o negro depois da abolição da escravatura ? 13 de maio de 1888 ? ficou completamente a deriva, excluído do mercado de trabalho e da vida nacional. O retrato completo dessa explicação aponta para um negro anômalo: desempregado ou realizando serviços braçais, analfabeto, desarticulado social e politicamente, despreparado para o mundo civilizado e a vida moderna e, por fim, soterrado em seu complexo de inferioridade. Essa explicação esquemática, simplista e reducionista tem sua parcela de verdade, mas não é tudo que pode (e deve) ser dito acerca do destino dos ex-escravos e de seus descendentes. A história é mais complexa, multifacetada, contraditória e rica de fatos, cenários, personagens e contextos do que se imagina. Além dos negros que ficaram marginalizados ? que por sinal foram muitos ? houve aqueles que também ascenderam social e culturalmente, destacando-se em profissões de prestígio, sendo reconhecidos em ambientes letrados e respeitados pelos mais diferentes extratos da sociedade. Um desses casos foi Lino de Pinto Guedes ? comumente conhecido como Lino Guedes ? nascido na cidade de Socorro, interior de São Paulo, em 24 de junho de 1897. Seus pais eram dois ex-escravos que levavam uma vida humilde e pacata. Quando recém-nascido perdeu o pai, o que fez com sua mãe ficasse responsável pela educação dele e de sua irmã, Gracinda Guedes. Com parcos recursos materiais, recebeu ajuda do ?coronel? Olympio Gonçalves dos Reis, um dos líderes políticos mais poderosos da cidade. Foi a partir dessa relação paternalista de ?proteção? e dependência desse coronel que Guedes conseguiu ingressar na escola, num período em que não era fácil arcar com as despesas dos estudos em que vários estabelecimentos de ensino de São Paulo (e de outros lugares do país) se recusavam a matricular crianças negras. Depois de ter concluído o equivalente ao atual ensino fundamental, mudou-se para a cidade de campinas em 1912, a fim de dar continuidade aos estudos na escola normal e tornou-se professor. Na nova cidade, ampliou seu círculo de amizades, passou a freqüentar novos ambientes e descobriu outros horizontes culturais. Como resultado, desistiu da carreira de docente e assumiu a sua verdadeira vocação: o jornalismo. Seu primeiro emprego foi no jornal Diário do Povo, onde foi contratado como revisor auxiliar. Em seguida trabalhou no Correio de Campinas como revisor-chefe e na redação do Correio Popular. ================================================================== Militância Escrita ================================================================== Paralelamente ao trabalho na grande imprensa, dedicou-se a militância em defesa da ?classe dos homens de cor? (como se falava na época). Afinal, um de seus grandes sonhos era ver a elevação moral, social e cultural desse segmento populacional. Munido de muita disposição de luta e de um discurso cada vez mais racializado, freqüentou grêmios recreativos e eventos sociais da comunidade negra e, principalmente, engajou-se obstinadamente na chamada imprensa negra ? jornais criados por e para os afro-brasileiros. O primeiro desses jornais a contar com sua colaboração foi A União, em 1915, quando Guedes dava os primeiros passos na profissão. Em companhia de Gervásio de Morais e Benedito Florêncio, fundou o Getulino em 1923. vale ressaltar que, em termos de militância, sua grande inspiração foi o abolicionista negro Luis Gama, conhecido pelo apelido de Getulino. Foi, aliás, para homenageá-lo que Guedes convenceu os companheiros a escolher a alcunha como título do novo jornal. Mas esse, assim como outras publicações do gênero, não teve vida longa. Três anos depois Getulino encerrou suas atividades. Tudo indica que Guedes passou a achar a cidade de campinas pequena para suas ambições pessoais e profissionais, por isso transferiu-se para a capital paulista ainda em 1926. Começou a trabalhar no Jornal do Comércio, tendo atuado, até o fim de sua vida, em vários órgãos da imprensa escrita: O Combate, A Razão, Correio Paulistano e, por último, Diário de São Paulo, no qual por vários anos chefiou o seu departamento de revisão. Essas várias mudanças de emprego podem evidenciar o quanto Guedes era respeitado e transitava no meio jornalístico de São Paulo, não lhe faltando oportunidade de trabalho. Em São Paulo deu continuidade à sua militância em defesa dos direitos dos negros, participando de associações recreativas e reuniões sociais da comunidade negra, até que, em 1928 colaborou com Argentino Celso Wanderley na fundação do Progresso, jornal cujo objetivo declarado era angariar recursos para a construção de uma herma à Luis Gama. Nele, Guedes procurou convencer seu público leitor que suas propostas em prol da ascensão do negro eram as melhores. Baseavam-se num discurso moralizador, nacionalista, de valorização da raça, da educação formal e da cultura ocidental. ================================================================== Declínio e Literatura ================================================================== Devido a seus posicionamentos político-ideológicos, entrou em divergência com algumas das principais lideranças afro-paulistas. Fora acusado de ser arrogante, personalista e elitista, em descompasso com os anseios da maior parte da população negra. O fato é que, se, na época de sua chegada a capital, Guedes foi elogiado, depois passou a ser criticado, o que o fez perder cada vez mais espaço no movimento associativo da ?classe dos homens de cor?. Simultaneamente a carreira profissional e ao engajamento político, ele também se dedicou ao mundo da literatura. Sua paixão era a poesia. E, ao traduzir em linguagem poética, seus desejos, sonhos, expectativas, alegrias e frustrações, Guedes notabilizou-se por escrever, o que foi denominado na literatura negra ? uma literatura produzida por afro-brasileiros voltada a tratar de suas questões. Suas primeiras poesias foram publicadas nos jornais da imprensa negra, tanto em Campinas quanto em São Paulo. Em 1924 publicou o livro Luís Gama e sua Individualidade Literária, como forma de render, mais uma vez, tributo ao seu maior ídolo. Dois anos depois deu-se o lançamento de Black, seu primeiro livro de poesia. Segundo o prefaciador de uma de suas obras, ele escreveu o primeiro livro intrinsecamente getulino no Brasil, ou seja, um livro em nome da e para a comunidade negra. Essa opinião é de certa forma compartilhada por David Brookshaw, para quem Lino Guedes foi o primeiro poeta negro do Brasil a experimentar a alma de seu povo. ================================================================== Texto publicado originalmente na revista Desvendando a História, no. 19

História Potiguar

Mais perto de Deus e mais perto do mar... ================================================================== A conveniência era fixar-se ao redor da capela, mais perto de Deus, e mais próximo do mar... Foi assim que as primeiras casinhas de pescadores se aninharam em volta da capela de Nossa Senhora da Soledade. Era o marco inicial e referência maior de Pirangi do Sul, um vilarejo do município de Nísia Floresta (RN). Hoje, na sua beleza singela, pintadinha de novo e bem zelada, a pequena construção religiosa remonta à origem do povoado. Foi no século 19. Manoel Joaquim Freire, Ignez Emiliano Freire e Rita Maria de Macedo doaram um terreno nos arredores da cidade, perto da praia, para a construção de capela, em louvor a Nossa Senhora da Soledade. Sonho realizado, já em 1920, após os pescadores segue-se a chegada dos moradores de Natal e dos arredores. É mais uma década de novas construções e as primeiras casas de veraneio. ================================================================== Um dos pioneiros dessa fase foi o farmacêutico José Augusto da Costa. No volante de seu Ford 29, saía de Macaíba nos finais de semana, para aproveitar a tranqüilidade de Pirangi do Sul. Passados tantos anos, a praia continua ideal para longas caminhadas e para passeios no vilarejo, onde bons restaurantes oferecem o melhor da cozinha potiguar. O destaque fica para a galinha a cabidela, a carne de carneiro e de bode, a carne guisada e, como sobremesa, as famosas cocadas, de dar água na boca. ================================================================== Pirangi do Sul é também muito procurada por quem gosta de esportes náuticos. E não é de hoje. No livro "Jangada: Uma Pesquisa Etnográfica", do folclorista potiguar Câmara Cascudo, são descritas as famosas corridas de jangadas disputadas por pescadores. Quem saía vencedor, depois de um acirrado certame, era agraciado por um colar de pequeninas pérolas. Atualmente não há mais tal premiação. Contudo, os praticantes dos esportes náuticos, com seus modernos equipamentos, continuam atraídos por Pirangi do Sul. ================================================================== A praia tem, como grande atração, suas piscinas naturais, formadas a partir de arrecifes que represam a água do mar, na maré baixa. Apesar de suas areias não tão claras quanto as de outras praias que se estendem ao longo da costa do Rio Grande do Norte, esses reservatórios fazem a alegria das famílias que querem tranqüilidade para o banho de mar. Tudo isso e muito mais se localiza a cerca de 30 quilômetros de Natal. Pode ser alcançado via Rota do Sol, uma estrada litorânea que sai da capital do Rio Grande do Norte até a vizinha Pirangi do Norte. Daí até o destino final, apenas um rio separa as duas "Pirangis" cujas águas dão o nome a essas duas lindas praias do Nordeste. ================================================================== Visite o Rio Grande do Norte, visite a capela de Nossa Senhora da Soledade, visite Pirangi do Sul! ================================================================== Foto – enviada pelo internauta Carlos Roberto Pereira para o site do senador Garibaldi Alves Filho, DE ONDE FOI CAPTURADA.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O que significa pagamento de royalties?

O pagamento de royalties é uma compensação financeira a que estão obrigadas todas as empresas concessionárias que exploram recursos minerais, considerados bens públicos pela Constituição federal. ================================================================== Na exploração petrolífera, os royalties incidem sobre a produção mensal de cada campo produtor e são recolhidos mensalmente. O termo royalty, que significa "do rei", tem origem em taxas cobradas pela monarquia, na Inglaterra, sobre a caça feita em terras pertencentes à Coroa Britânica. ================================================================== Com a ampliação do uso da expressão, royalty passou a representar toda taxa paga pela realização de uma atividade econômica nas terras do Estado e, em sentido mais amplo, a compensação financeira para o detentor, público ou privado, de um direito.

Como é feita a distribuição dos recursos da exploração do petróleo?

A legislação brasileira determina que o pagamento de royalties pela exploração de petróleo e gás natural seja equivalente a 10% da produção, que são destinados para a União, os estados e os municípios. ================================================================== Em 2007, foram distribuídos cerca de R$ 7,5 , como royalties pela exploração de petróleo e gás natural, em poços terrestres e marítimos. Do total, cerca de 30% ficaram com os estados e outros 30% com municípios. Do restante, a Marinha recebeu 15%, o Ministério da Ciência e Tecnologia 12% e o Fundo Especial, utilizado por estados e municípios para investimentos em políticas públicas, cerca de 8%. ================================================================== No ano passado, dez estados receberam pagamentos de royalties do petróleo: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe.

Um por todos e todos por um

Uma frase que ouvimos pela primeira vez na infância e que normalmente nos marca por toda a vida. ================================================================== Os Três Mosqueteiros ================================================================== Na infância, uma história de aventura, mas que deixa uma marca: a união, a fidelidade. ================================================================== Passada no período moderno, no século XVII, à época do Cardeal Richelieu, a história de Alexandre Dumas retrata algumas das características mais marcantes da cultura medieval, ainda presente na França. ================================================================== A fidelidade é uma dessas características que o mundo moderno devorou das relações diretas, substituída pelo contrato escrito, pelo carimbo e pelo cartório. Mas mesmo assim é vista hoje como um valor positivo, algo a ser resgatado de alguma forma. ================================================================== Em 2009 o HISTORIANET completará 10 anos. Nesse período muitos "altos e baixos", mas em geral uma produção que contribuiu com milhares de professores e alunos em seu dia-a-dia escolar e de vestibular. Um por todos. ================================================================== Manter o site tem sido uma tarefa prazerosa, mas árdua, sem patrocínios ou ajuda oficial. Por isso algumas vezes solicitamos o apoio daqueles que admiram o trabalho. Nesse momento a melhor forma de apoiar é adquirir o livro História em Manchete, recentemente publicado. Mesmo que você não vá fazer o vestibular. Essa é uma forma de apoiar a manutenção do nosso trabalho, melhor do que simplesmente pedir doações. Todos por um.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O Rato de Estimação...

Evolução do Mouse
O mouse está completando 40 anos, e criamos esta galeria mostrando a evolução dele. - Primeiro protótipo O mouse foi inventado em 1963, por Douglas Engelbart, do Instituto de Pesquisas de Stanford, após vários testes de usabilidade. Infelizmente, ele nunca recebeu direitos autorais em relação à sua invenção, já que a patente da mesma venceu antes da popularização do dispositivo. O primeiro mouse é, basicamente, uma caixa de maneira com duas rodas internas perpendiculares. A rotação das rodas era traduzida na movimentação do ponteiro na tela. - Mouse mecânico (mouse com 'bolinha') O primeiro mouse mecânico foi criado em 1972, por Bill English (fabricante do mouse original de Engelbart). A idéia de English foi simplesmente substituir os discos por uma bola que poderia ser movida em qualquer direção num plano bidimensional (incluindo diagonais). Esta idéia foi a predominante nos mouses dos anos 80 e 90. A principal desvantagem dos mouses mecânicos está justamente no fato de serem mecânicos, o que os torna sensíveis a certos tipos de superfícies. A poeira também atrapalha muito estes mouses em longo prazo, obrigando o usuário a abrir o dispositivo e fazer uma limpeza interna. - Mouse Óptico Os primeiros protótipos de mouses ópticos surgiram em 1980, mas foram prejudicados devido ao baixo processamento na época, pois o próprio processador dos computadores também tinha que calcular a movimentação dos mouses. Estes dispositivos só se popularizaram à medida que o processamento óptico se tornou mais barato. Os mouses óticos emitem uma luz na superfície em que são utilizados juntamente com sensores que analisam mudanças na reflexão da luz - indicando que o mouse foi movido. O processamento que analisa estas mudanças (e conseqüentemente as traduzem no movimento do ponteiro no computador) é feito no próprio mouse. Este tipo de abordagem tecnológica apresenta duas vantagens em relação ao mouse mecânico: nenhuma parte do mouse óptico é mecânica (o que diminui - muito! - os problemas causados por poeira) e a precisão dos movimentos é maior. - Mouse Laser Os mouses laser usam exatamente o mesmo princípio dos mouses óticos, mas utilizam o raio laser infravermelho no lugar da luz para iluminar a superfície em que estão sendo usados. Mouses laser já podiam ser vistos em 1998, em máquinas da Sun Microsystems para ambientes corporativos, mas o primeiro mouse para ambientes domésticos com tecnologia laser só foi lançado em 2004 (Logitech MX 1000). Como os mouses laser melhoraram ainda mais a precisão dos dispositivos, outra vantagem surgiu com a tecnologia: a mesma resolução dos mouses óticos pode ser alcançada em mouses laser, com menos energia elétrica. - Roda de rolagem Com a evolução dos computadores e dos sistemas operacionais, é claro que os mouses também ganhariam mais funcionalidades - através de mais botões. Mas a grande evolução neste setor foi a roda de rolagem, vista pela primeira vez em 1995 - embora só tenha ficado popular quando a Microsoft lançou seu 1º mouse com roda de rolagem, em 1996. Em 2003, a roda de rolagem evoluiu ainda mais, através da tecnologia Tilt Wheel, também da Microsoft. Basicamente, ela permite rolagem de textos na horizontal e na vertical. - Mouse giroscópio Pelo visto, o futuro dos mouses será longe das mesas, mas perto das mãos.... A empresa Gyration já tem mouses com sensores giroscópios, para que o usuário não precise ficar 'colado' na mesa para usar seu computador. O conceito é o mesmo visto no esquema de controles do videogame Nintendo Wii - de fato, a Gyration foi a responsável pela tecnologia e criou o primeiro protótipo do controle, em 2001.

O Pré-sal e os Brasileiros...

Senado discute uso de recursos do pré-sal Saúde, educação, previdência social, infra-estrutura, segurança, meio ambiente, pesca artesanal são as principais áreas que poderão receber recursos da exploração de petróleo da chamada região do pré-sal. =================================================================== A preferência por esses investimentos foi definida no Senado, a partir da mobilização e dos debates sobre a destinação dos recursos a serem arrecadados com a descoberta de novas jazidas de petróleo no país. Eles viriam do chamado royalty, uma taxação, um percentual sobre o valor da produção. =================================================================== Com a exploração da região do pré-sal - localizada na área oceânica ao longo da costa que vai dos estados de Santa Catarina ao Espírito Santo - a perspectiva é que, em poucos anos, o Brasil duplique a produção nacional de petróleo e gás natural. =================================================================== Entenda a questão e ao final, confira as propostas do Senado para a área, na semana em que se comemora o Dia do Petróleo Brasileiro. =================================================================== Os principais projetos para a distribuição dos recursos Para dar agilidade às propostas de destinação dos recursos do pré-sal, o senador Expedito Júnior (PR-RO) defendeu que as discussões e votações sejam feitas em bloco e não de forma individual. Confira, a seguir, os principais projetos em discussão: =================================================================== - PLS 222/04 - Sérgio Cabral - Determina critérios de distribuição de royalties e participação especial pagos sobre acréscimos de produção e exploração de gás natural e de petróleo. =================================================================== - PLS 293/04 - Gerson Camata - Destina parcela de recursos de royalties sobre produção em alto mar para pesca artesanal e muda percentual de distribuição para as demais. =================================================================== - PLS 166/07 - João Vicente Claudino - Muda percentuais de distribuição de royalties de petróleo e gás natural, enfatizando as transferências para estados e municípios. =================================================================== - PLS 630/07 - Magno Malta - Determina que parte dos royalties sobre a produção de petróleo e gás natural seja direcionada para investimentos em segurança pública. =================================================================== - PLS 08/08 - Cristovam Buarque - Aumenta de 10% para 15% a parcela da produção a ser transferida como royalties e cria o royalty verde, para a conservação da Foresta Amazônica. =================================================================== - PLS 29/08 - Antonio Carlos Valadares - Destina parcela de recursos de royalties para investimentos em infra-estrutura. =================================================================== - PLS 104/08 - Aloizio Mercadante - Destina parcela de recursos de royalties de exploração em alto mar para custeio da Previdência Social. =================================================================== -PLS 116/08 - Cristovam Buarque - Prevê que royalties pagos a estados e municípios sejam aplicados exclusivamente em educação de base e em ciência e tecnologia. =================================================================== - PLS 189/08 - Expedito Júnior - Determina a aplicação em saúde de parte dos royalties direcionados ao Fundo Especial. =================================================================== - PLS 201/08 - Augusto Botelho - Prevê que recursos de royalties sejam aplicados em educação, saúde e infra-estrutura. =================================================================== - PLS 224/08 - João Pedro - Cria regras específicas para royalties de petróleo extraído na camada pré-sal, com destinação prioritária à educação, previdência social e Forças Armadas. =================================================================== - PLS 268/08 - Tasso Jereissati e Cristovam Buarque - Cria o Fundo Nacional do Petróleo para Formação de Poupança e Desenvolvimento da Educação Básica (Funped) e altera distribuição de royalties e participação especial prevendo destinação de recursos ao fundo. =================================================================== - PLS 279/08 - Ideli Salvatti - Altera critérios para localização de municípios/estados confrontantes a poços e altera distribuição de royalties, destinando recursos à educação básica e à Previdência. =================================================================== - PLS 335/08 - Francisco Dornelles - Destina royalties ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb).

O que é a camada Pré-sal?

Pré-sal é uma camada de sedimentos, que deram origem ao petróleo e ao gás, que fica abaixo da camada de sal localizada entre 7 e 8 mil metros abaixo do leito do mar. =================================================================== O surgimento do pré-sal, segundo os estudos geológicos, se deu a partir da formação de uma camada de sal que cobriu organismos microscópicos sedimentares que se depositaram no mar primordial, formado pelo afastamento dos continentes sul americano e africano. =================================================================== A decomposição e reação química dos microorganismos, depois de milhares de anos, é que criaram as reservas de petróleo.

Infecção Hospitalar

Programa de controle poderá ser OBRIGATÓRIO ! A obrigatoriedade de manutenção de um "Programa de Controle de Infecções na Assistência à Saúde" nas unidades hospitalares é o objetivo de projeto de autoria do senador Papaléo Paes (PSDB-PA). De acordo com dados apresentados pelo senador - que solicitou a análise o mais rápido possível do seu projeto - um total de 15,5% dos pacientes internados nas unidades de saúde do país tem infecções hospitalares. A infecção é, disse ele, a mais freqüente e grave complicação que atinge pacientes hospitalizados. Mas o controle rigoroso poderá reduzir significativamente o problema, salvando milhares de vidas. =================================================================== O senador informou que, em média, cada infecção hospitalar acrescenta cinco a dez dias ao período de internação, além de elevar os custos médicos e causar muitas mortes. O mais grave ainda é que a não erradicação das infecções permite o surgimento de bactérias cada vez mais resistentes aos medicamentos, acrescentou. Tendo por base uma pesquisa do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, que indica a possibilidade de se evitar 30% das infecções hospitalares, o senador avalia que o controle mais rigoroso com assepsia e higiene poderá reverter a gravidade da situação. =================================================================== Papaléo denunciou que, no Brasil, na avaliação dos serviços de controle desse tipo de contaminação, apenas 35% das atividades programadas são efetivamente cumpridas. O pior resultado foi observado na direção dos hospitais, onde apenas 15% das atividades previstas estavam sendo praticadas. Para o senador, esse baixo envolvimento em ações de controle tem produzido resultados catastróficos. Além disso, as infecções hospitalares não se restringem aos hospitais. Ambientes aparentemente sem riscos, como consultórios dentários e postos de saúde, podem também ser afetados por esse mal. =================================================================== O projeto, que impõe mais rigor no controle da infecção hospitalar, já foi aprovado nas comissões de Assuntos Sociais e de Constituição, Justiça e Cidadania. Aguarda agora por votação no plenário da Casa, antes de ser remitido à Câmara.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Prêmio

"O Prefeito Municipal de São João do Sabugi, Elísio Galvão, deverá estar em Brasília na próxima quarta-feira, dia 10 de dezembro, para receber das mãos do Presidente Lula o Prêmio "Gestor Eficiente da Merenda Escolar" 2008. " ============================================================================= (...) ============================================================================= "O prêmio é concedido pela quinta vez consecutiva, sendo que, desta feita, concorreram 1.022 municípios de todo o país, sendo escolhidos 24 deles para receberem a honraria." ============================================================================= (...) ============================================================================= By JQ http://sabugibyjq.zip.net

Selo UNICEF...

===================================================================================== O Prof. Ms. JOÃO QUINTINO (UFRN) dá testemunho em seu blog, SABUGI BY JQ, do porquê que SJS NÃO PODE PARAR: ===================================================================================== "Dos 167 municípios potiguares, 40 ganharam o "Selo Unicef: Município Aprovado - Edição 2008", sendo que 15 deles estão na região do Seridó, inclusive São João do Sabugi. O reconhecimento nacional e a certificação pelo Unicef - órgão da ONU que trata das questões referentes à criança e ao adolescente, foi anunciado em Recife, no dia de ontem, pela representante da instituição no Brasil, Marie-Pierre Poirier, na presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, governadores, prefeitos, articuladores do projeto, entre outros. " ===================================================================================== (...) ===================================================================================== "Os municípios seridoenses aprovados com o Selo Unicef foram Acari, Bodó, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Ipueira, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Parelhas, Santana do Seridó, São João do Sabugi, São Vicente, Serra Negra do Norte e Tenente Laurentino Cruz. ===================================================================================== (...) ===================================================================================== By JQ in http://sabugibyjq.zip.net

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Problemas com a Atualização!!!

Desculpem, mas, por sobrecarga ACADÊMICA, ficou inviável a produção de novos artigos para o blog. Contudo, a partir da segunda quinzena de dezembro/2008 voltará à normalidade! Grato, PR_SJS!

domingo, 19 de outubro de 2008

Cosméticos com Fatores de Crescimento

Uma Nova Perspectiva para Cosméticos Funcionais de Alta Eficiência Baseado em um trabalho de Stanley Cohen, ganhador do prêmio Nobel, que descobriu o Epidermal Growth Factor (EGF), Fator de Crescimento Epidermal, um hormônio humano de crescimento que acelera o processo de cura de ferimentos cutâneos, uma empresa norte-americana, Révive, desenvolveu produtos anti-aging, dando início a uma nova era no tratamento das peles envelhecidas. Fatores de Crescimento São proteínas que se ligam aos receptores da superfície celular, ativando a proliferação e/ou diferenciação celular. Muitos fatores de crescimento são versáteis, estimulando a divisão celular em diferentes tipos de células, enquanto outros são específicos para um tipo celular particular.2 A ligação aos receptores presentes na superfície da célula alvo emite um sinal que atravessa a membrana citoplasmática e efetua um comando celular ou nuclear. Esses processos, muitas vezes, são básicos no funcionamento da célula, tais como: angiogênese, mitogênese, transcrição genética, entre outros. Exemplos de Fatores de Crescimento EGF - Fator de crescimento epidérmico IGF - Fator de crescimento semelhante à insulina FGF - Fator de crescimento de fibroblastos TGF - Fator de crescimento transformador VEGF - Fator de crescimento endotelial venoso Método de Obtenção dos Fatores de Crescimento I – Produção de proteínas recombinantes Os fatores de crescimento e seus peptídeos similares são obtidos através da engenharia genética, uma técnica que emprega genes em processos produtivos, com a finalidade de se obter produtos úteis ao homem e ao meio ambiente. II – Síntese dos peptídeos mimetizadores de fatores de crescimento O efeito dos peptídeos mimetizadores de fatores de crescimento produzidos pela Caregen é similar ao de seus fatores de crescimento intactos, ou naturalmente existentes no corpo humano. III – Nanoencapsulação Os fatores de crescimento nanoencapsulados apresentam taxa de penetração melhorada na pele e ficam protegidos das proteases endógenas.3 Uso de Fatores de Crescimento em Cosmetologia - Evidências Científicas: Envelhecimento Cutâneo Mistura de múltiplos fatores de crescimento promove melhora clínica em mais de 78% dos pacientes Um estudo realizado por Fitzpatrick avaliou os efeitos da aplicação tópica de fatores de crescimento na cura de ferimentos e seus potenciais usos em tratar a pele com fotodano, aplicando topicamente uma mistura de múltiplos fatores de crescimento, derivados de fibroblastos humanos, em 14 pacientes, 2 vezes ao dia. Resultado Pacientes (%) Melhora clínica ---------------------------------------------- 78,6 Aumento da nova formação de colágeno --------------------- 37,0 Aumento da espessura epidermal --------------------------- 27,0 Os dados demonstram resultados cosméticos e clínicos positivos da aplicação tópica de fatores de crescimento para o tratamento de peles fotodanificadas. Dermatol Surg. 2005 Jul;31(7 Pt 2):827-31; discussion 831. Cura de Ferimentos EGF é um potente estimulador da epitelização A eficácia do Epidermal Growth Factor (EGF) na epitelização e na cura de ferimentos foi demonstrada em um estudo realizado em modelos animais, avaliando porcos com ferimentos tratados ou não com aplicação tópica de EGF ou placebo, 2 vezes ao dia. Segundo os resultados do estudo, os ferimentos tratados com EGF apresentaram tempo de reepitelização acelerado.4 Int Wound J. 2006 Jun;3(2):123-30. rhEGF promove aumento significativo do fechamento dos ferimentos cutâneos A aplicação de rhEGF, recombinant human Epidermal Growth Factor, em ferimentos de ratos, 2 vezes ao dia, durante 14 dias, promoveu um aumento significativo do fechamento do ferimento, a partir do 5° ao 12° dia, comparado com um grupo controle. Esse tratamento promoveu a cura dos ferimentos por aumentar a taxa de proliferação epidermal e a aceleração do nível de contração do ferimento relacionado com a proliferação de miofibroblastos e de deposição de colágeno. J Vet Sci. 2006 Jun;7(2):105-9. IGF-1 aumenta a cicatrização de úlceras cutâneas Beckert et al. realizaram um estudo em modelos animais avaliando os efeitos da aplicação tópica diária de IGF-1 (Insulin-Like Growth Factor I) na cicatrização de úlcera cutânea. De acordo com os resultados, a aplicação repetida de IGF-1 aumenta a cicatrização de úlceras cutâneas.6 J Surg Res. 2007 May 15;139(2):217-21. Epub 2006 Oct 27. rbFGF acelera a cura das feridas crônicas Segundo os resultados do estudo realizado por Fu et al., a aplicação do tratamento tópico com rbFGF (recombinant bovine basic Fibroblast Growth Factor) em pacientes com ferimentos cutâneos crônicos demonstrou uma taxa de efetividade do tratamento de 90% em 4 semanas.7 Chin Med J (Engl). 2002 Mar;115(3):331-5.

Estímulo do Crescimento Capilar IGF-I apresenta importante papel no crescimento capilar De acordo com um estudo realizado por Weger et al., o IGF-I (Insulin-like Growth Factor-I) afeta a proliferação celular, a remodelagem tecidual e o ciclo de crescimento capilar, bem como a diferenciação folicular.9 J Invest Dermatol. 2006 Sep;126(9):2135; author reply 2135-6.

Resultados de Estudos Realizados por Caregen, Coréia do Sul CG-EGF-1(Epidermal Growth Factor) Promove a geração de novas células epidermais, reduz e previne a formação de linhas e rugas. Mudança da morfologia celular após incubação com EGF (Caregen)

CG-IGF-1(Insulin-like Growth Factor) Reduz e previne linhas e rugas através da ativação da geração de novas células cutâneas.3 Resultados de ensaio de crescimento celular com os fibroblastos do rato NIH3T3 72 horas após tratamento com IGF-1

Analisando os dados científicos e os testes realizados, podemos concluir que o uso de fatores de crescimento para o reparo tecidual, redução de sinais de envelhecimento e estímulo do crescimento capilar, é uma forte tendência a ser explorada nos cosméticos. A chegada dos produtos e dos ativos baseados nos fatores de crescimento para o Brasil vai implementar um novo momento na história da cosmetologia e dos cosméticos funcionais. Prof. Maurício Gaspari Pupo Coordenador da Pós-Graduação com MBA em Cosmetologia das Faculdades Unicastelo de São Paulo e Metrocamp de Campinas. Consultor da Consulfarma, Editor da Revista “In Cosmeto” e Diretor da ADA TINA® Cosméticos. Referências Bibliográficas 1.) RéVive. Disponível em: http://www.reviveskincare.com/. Acessado em: 10/04/2008. 2.) Growth factors and Cytokines. Disponível em:http://themedicalbiochemistrypage.org/growth-factors.html. Acessado em: 10/04/2008. 3.) Caragen, Coréia do Sul. 4.) Hong JP, Kim YW, Jung HD, Jung KI. The effect of various concentrations of human recombinant epidermal growth factor on split-thickness skin wounds. Int Wound J. 2006 Jun;3(2):123-30. 5.) Kwon YB, Kim HW, Roh DH, Yoon SY, Baek RM, Kim JY, Kweon H, Lee KG, Park YH, Lee JH. Topical application of epidermal growth factor accelerates wound healing by myofibroblast proliferation and collagen synthesis in rat. J Vet Sci. 2006 Jun;7(2):105-9. 6.) Beckert S, Haack S, Hierlemann H, Farrahi F, Mayer P, Königsrainer A, Coerper S. Stimulation of steroid-suppressed cutaneous healing by repeated topical application of IGF-I: different mechanisms of action based upon the mode of IGF-I delivery. J Surg Res. 2007 May 15;139(2):217-21. Epub 2006 Oct 27. 7.) Fu X, Shen Z, Guo Z, Zhang M, Sheng Z. Healing of chronic cutaneous wounds by topical treatment with basic fibroblast growth factor. Chin Med J (Engl). 2002 Mar;115(3):331-5. 8.) Fitzpatrick RE. Endogenous growth factors as cosmeceuticals. Dermatol Surg. 2005 Jul;31(7 Pt 2):827-31; discussion 831. 9.) Weger N, Schlake T. Igf-I signalling controls the hair growth cycle and the differentiation of hair shafts. J Invest Dermatol. 2006 Sep;126(9):2135; author reply 2135-6.

domingo, 12 de outubro de 2008

Loção Lipex Super Hidratante

Esta formulação de Loção Hidratante foi pinçada do site do Prof. Maurício Pupo. Modo de preparo • Em recipiente limpo e com capacidade adequada, adicionar os componentes da fase 1 e aquecer a 75ºC. • Em recipiente limpo e com capacidade adequada, adicionar os componentes da fase 2 e aquecer a 75ºC. • Verter a fase 1 sobre a fase 2 sobre agitação constante. • Adicionar os componentes da fase 3. • Resfriar o sistema e completar o volume com água destilada.

domingo, 5 de outubro de 2008

Pomada Antiestrias Componentes.....................Concentração (%) Vegelip®..........................................20% DC 7-3101............... qsp..................20 g Aplicar sobre as estrias com massagem 2 vezes ao dia. Vegelip®: Altamente emoliente, rico em ácidos graxos poliinsaturados, apresenta uma mistura exclusiva especialmente desenvolvida para as peles que apresentam um distúrbio na quantidade, na composição dos ácidos graxos e na sua estrutura lipídica, comprometendo a sua função barreira cutânea.

EUA - Estado fora da Lei

NOAM CHOMSKY ----------------------------------------------------------- "EUA insistem em manter sua atitude de Estado fora da lei" ----------------------------------------------------------- Os assuntos internacionais são, em grande medida, como os assuntos da máfia: um padrinho não pode tolerar a desobediência, nem sequer a de um pequeno lojista que se recuse a pagar pela proteção, porque a maçã podre poderia fazer apodrecer o barril inteiro. A comparação é de Noam Chomsky, ao analisar a política externa dos EUA, em entrevista ao ensaísta Wajahat Ali. ----------------------------------------------------------- Wajahat Ali - Counterpunch ----------------------------------------------------------- "Neste momento, estou completamente sobrecarregado por demandas, mas realmente gostaria de realizar esta entrevista, só que não sei quando poderá ser", respondeu Noam Chomsky - 79 anos, prolífico autor, lingüista, acadêmico e ativista - na primeira de muitas mensagens trocadas ao longo de seis meses. É o mais citado e, provavelmente, o mais controverso intelectual vivo, segundo Global Intellectuals Poll. Embora os meios de comunicação dominantes lhe neguem espaço, o New York Times garante que Chomsky continue sendo um dos intelectuais vivos mais influentes e mais solicitados por estudantes, universidades, ativistas, simpósios acadêmicos e, inclusive, por líderes mundiais, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. ----------------------------------------------------------- Meu primeiro encontro com este ativista, acadêmico, polemista e de má reputação para alguns remonta ao ano 2002, quando fui moderador em uma sessão de perguntas e respostas na qual ele participou, celebrada no meu antigo programa na Universidade da Califórnia (Berkeley). (O encontro seria, posteriormente, incluído no livro Power and Terror: Post 9-11 Talks and Interviews). Antes do programa, tivemos uma longa conversa de uma hora e fiquei impressionado com sua inesgotável memória, sua falta de afetação e o brilhante resumo de dados, nomes e datas que ele utilizou em resposta às minhas intermináveis perguntas. Quando perguntei qual era sua faceta dominante, se acadêmico ou ativista, respondeu que nenhuma das duas de modo exclusivo, e disse que a dissidência sempre tem sido parte dele, desde o primeiro artigo que escreveu, aos dez anos de idade, no qual condenava o triunfo do fascismo durante a Guerra Civil espanhola. Apesar de que a arrogância de muitos intelectuais e acadêmicos só é superada por sua própria insegurança, o que dá como resultado um elitismo frio e egoísta, sempre vi em Chomsky alguém generoso, adaptável e disposto a compartilhar seu tempo e seus conhecimentos. ----------------------------------------------------------- Assim, não foi surpresa que, depois de seis meses de mensagens eletrônicas, o professor Chomsky pudesse dispor de um pouco de tempo para responder minhas perguntas, segundo suas próprias palavras. Nesta entrevista exclusiva, Chomsky discute acerca da ameaça do Irã, dos paralelismos e diferenças entre Vietnã e Iraque, dos meios de comunicação nos Estados Unidos, de seus críticos e detratores, Paquistão e a negação do título de professor para Norman Finkelstein. ----------------------------------------------------------- Ali: Em 1969 o senhor publicou seu primeiro trabalho político de importância, "American Power and the New Mandarins" (O poder norte-americano e os novos mandarins) uma acerada crítica à intervenção dos Estados Unidos no Vietnã e no Sudeste asiático. Como sabe, muitos estabelecem paralelos entre a atual guerra do Iraque e a do Vietnã. Outros, é claro, rejeitam esta comparação. O senhor, como pessoa com grande experiência no estudo de ambos os momentos, tão significativos historicamente, considera que esse paralelismo é prematuro e ousado? Ou acredita que podem ser estabelecidas semelhanças importantes entre ambas as guerras no que se refere à intervenção norte-americana? ----------------------------------------------------------- Chomsky: A primeira semelhança guarda relação com o modo de considerar as guerras nos Estados Unidos e no Ocidente em geral. Marginais a parte, as opiniões oscilam entre o que se conhece como falcões e pombas. Em ambos os casos, os falcões garantiam que uma intervenção maior dos Estados Unidos poderia levar à vitória. As pombas, também nos dois casos, participam da opinião expressa por Barack Obama sobre o Iraque (trata-se de uma gafe estratégica, que está saindo cara demais para nós) ou pelo destacado historiador de centro-esquerda e assessor de Kennedy, Arthur Schlesinger, em 1966, quando o Vietnã já aparecia como uma aventura custosa demais para os Estados Unidos. Schlesinger afirmou na época: todos rezamos para que os falcões tenham razão e que um número maior de tropas nos traga a vitória. E, se no fim, resultar que temos razão ? dizia ? todos elogiaremos a sabedoria e a liderança do governo norte-americano, que conseguiu uma vitória deixando para atrás esse trágico país destripado e devastado pelas bombas, queimado pelo napalm e desertificado pela defoliação química, um país de ruína e escombros, com seu tecido político e institucional totalmente destruído. ----------------------------------------------------------- Mas Schlesinger não acreditava que a escalada teria sucesso, e sim, pelo contrário, que poderia nos custar caro demais, o que parecia indicar a necessidade de pensar novamente toda a estratégia. A posição das pombas em relação ao Iraque é bastante parecida. Se, por exemplo, o general Petraeus pudesse conseguir algo parecido ao que Putin conseguiu na Chechênia, seria elevado aos altares, com o aplauso das pombas progressistas. ----------------------------------------------------------- É quase inconcebível, dentro dos rumos estabelecidos da cultura intelectual ocidental, a possibilidade de se fazer uma crítica da guerra baseada em questões de princípio, ou seja, o tipo de crítica que fazemos, reflexiva e adequadamente, quando algum país inimigo comete uma agressão: por exemplo, quando a Rússia invadiu a Checoslováquia, o Afeganistão ou a Chechênia. Não criticamos estas ações por razões de custo, erro, por terem sido uma grande gafe ou por estancamento. Em vez disso, condenamos essas ações como horrendos crimes de guerra, tanto se elas são bem-sucedidas quanto se não. ----------------------------------------------------------- Em si mesmas, as guerras do Vietnã e do Iraque, contudo, são muito diferentes por seus motivos e caráter. O Vietnã não tinha, por si mesmo, nenhum valor para os Estados Unidos, embora o presidente Eisenhower tenha tentado conseguir apoio para a sua violação dos acordos de paz de Genebra recorrendo aos recursos, de estanho e borracha disponíveis naquele país. Se o Vietnã tivesse desaparecido do mapa, afundado no mar, isso não teria significado grande coisa para os planejadores norte-americanos. O Iraque é uma coisa totalmente diferente. Tem, provavelmente, as segundas maiores reservas petrolíferas do mundo, com a particularidade extra de que são de fácil extração. E, além disso, está exatamente no centro geográfico mundial dos maiores recursos energéticos mundiais, facilmente exploráveis. ----------------------------------------------------------- No caso do Vietnã, a preocupação consistia em que um desenvolvimento independente e bem-sucedido desse país podia ser um vírus que poderia estender o contágio para outros, se aceitarmos a retórica de Henry Kissinger em relação ao socialismo democrático no Chile. Este raciocínio tem sido o motivo primordial de intervenção militar e de subversão em todo o mundo a partir da II Guerra Mundial, é a versão racional da teoria do dominó. O contágio consiste em que outros que sofrem dos mesmos males possam ver em um desenvolvimento independente e exitoso um modelo, e possam tentar seguir por esta mesma via, o que provocaria a erosão do sistema de dominação. Por isso, até o mais pequeno e débil país representa uma ameaça extrema à ordem. ----------------------------------------------------------- Os assuntos internacionais são, em grande medida, como os assuntos da máfia: um Padrinho não pode tolerar a desobediência, nem sequer a de um pequeno lojista que se recuse a pagar pela proteção, porque a maçã podre poderia fazer apodrecer o barril inteiro, na terminologia dos planejadores norte-americanos: aqui, a podridão consiste em um desenvolvimento independente exitoso, à margem do controle norte-americano. Temia-se que o Vietnã pudesse infectar seus vizinhos, como a Indonésia, com seus ricos recursos. E que o Japão - que o destacado historiador da Ásia John Dower chamava de superdominó - pudesse acomodar-se a uma Ásia Oriental independente, transformando-se, com isso, em seu centro industrial e tecnológico, tornando realidade a nova ordem que o Japão fascista havia tentado construir pela força durante a II Guerra Mundial. Os Estados Unidos não estavam dispostos a perder a fase do Pacífico da II Guerra Mundial apenas poucos anos depois. ----------------------------------------------------------- Quando se teme que o contágio possa se estender é preciso destruir o vírus e inocular aqueles que poderiam se infectar. E esta operação foi feita. O Vietnã sofreu uma quase total destruição (assim como toda a Indochina, quando os EUA estenderam sua guerra para o Laos e a Camboja). No fim de 1960, era evidente que nunca poderia ser modelo para ninguém e que a mera sobrevivência seria obra da providência. E a região foi inoculada por meio da imposição de tiranos assassinos: Suharto na Indonésia, Marcos nas Filipinas, etc. O golpe militar de Suharto, em 1965, foi particularmente importante, e foi descrito com toda precisão: o New York Times afirmou que se tratava de um "assassinato massivo horripilante" - e também como "um raio de luz na Ásia" - em momentos em que o exército do ditador assassinava um número estimado em um milhão de pessoas, em sua maior parte camponeses sem terras; destruía o único partido político popular de massas do país, um partido dos pobres, como foi descrito pelo especialista australiano Harold Crouch, e abria a porta dos ricos recursos do país para sua exploração pelas corporações ocidentais. A euforia nem sequer foi dissimulada. Retrospectivamente, o assessor de segurança nacional de Kennedy e Johnson, McGeorge Bundy, afirmou que os Estados Unidos poderiam ter posto fim à guerra do Vietnã em 1965, depois desta grande vitória da liberdade e da justiça. ----------------------------------------------------------- Os Estados Unidos conseguiram uma significativa vitória na Indochina, apesar de não terem conseguido seu objetivo máximo: instalar um Estado satélite. Por conseguinte, para a consciência imperial a guerra do Vietnã foi um desastre. ----------------------------------------------------------- Como já disse, o Iraque é outra coisa. É valioso demais para ser destruído. É fundamental que permaneça sob o controle dos EUA, na medida de tudo o que for possível, em forma de Estado satélite obediente que abrigue importantes bases militares norte-americanas. Sempre foi evidente que este era o objetivo primordial da invasão, mas agora isso não precisa sequer ser discutido. Estes planos foram explicitados pelo governo Bush com sua declaração de novembro de 2007 e por afirmações posteriores, acompanhadas da descarada exigência de que as grandes corporações norte-americanas do petróleo tenham acesso privilegiado às enormes reservas de cru do Iraque. -----------------------------------------------------------
Ali: Parece que o público norte-americano finalmente descobriu, depois de 60 anos, a existência do Paquistão. O general Musharraf é sincero quando afirma querer reconstituir a democracia em seu país? Concretamente, por que os Estados Unidos confiam em Musharraf mais do que em outros rivais potenciais, como Bhutto e Zardari, do PPP, Nawaaz Sharif, etc., em sua guerra contra o terrorismo e sua busca e captura de Bin Laden? ----------------------------------------------------------- Chomsky: Não devemos perder tempo valorando as intenções de Musharraf de reconstituir a democracia. Os Estados Unidos apoiaram-no tanto tempo quanto possível, do mesmo modo que apoiaram outros tiranos, como Zia ul-Haq. A escolha de um determinado aliado é feita seguindo um critério muito simples: trata-se de buscar o satélite mais leal, aquele que mais nos garanta que vai obedecer ordens. Apesar de alguma exceção ocasional, a uniformidade é impressionante. ----------------------------------------------------------- Ali: Recentemente, um relatório dos serviços secretos dos EUA afirmava que o Irã tinha finalizado com sucesso um programa de armas nucleares há quatro anos. O Irã afirma que, na verdade, nunca teve um programa deste tipo. Contudo, o presidente Bush, o presidente israelense Olmert e altos cargos de Washington garantem que o Irã continua sendo uma grande ameaça e que persegue a obtenção de armas nucleares. São sustentáveis estas opiniões dos EUA e Israel? E se não são, qual é a razão da retórica de enfrentamento com o Irã, e de que modo favorece a política exterior dos EUA na região do Oriente Próximo? ----------------------------------------------------------- Chomsky: Estas afirmações deveriam ser avaliadas pela Agência Internacional de Energia Atômica. Eu, é claro, não tenho nenhum conhecimento especial. Não seria tão surpreendente que descobrissem que o Irã tem algum tipo de programa de armas nucleares, junto, talvez, com planos de emergência. As razões foram expostas por um dos mais importantes historiadores de Israel, Martin van Creveld, quando disse que o Irã estaria completamente louco se não desenvolvesse uma arma de dissuasão nuclear nas atuais circunstâncias: com as forças hostis de uma superpotência violenta em duas de suas fronteiras e uma potência regional hostil (Israel) que dispõe de centenas de armas nucleares clamando por uma mudança de regime no Irã. Contudo, as provas disponíveis indicam que se esse país já teve um programa assim, ele foi encerrado há alguns anos. ----------------------------------------------------------- Da perspectiva norte-americana, o Irã cometeu um grave crime em 1979. Como é sabido, em 1953, os Estados Unidos e o Reino Unido desmantelaram a democracia parlamentar iraniana e instalaram um brutal tirano, o Xá, que foi um baluarte do controle norte-americano na rica região petrolífera até 1979, quando foi deposto após um levantamento popular. Tratava-se de um caso bastante parecido ao da derrocada do ditador Batista em Cuba, em 1959, e de outros atos de desafio exitoso aos princípios de Washington, segundo o termo cunhado em seus documentos internos. O Padrinho não pode tolerar um desafio exitoso. É uma ameaça grande demais ao que chamam de estabilidade, ou seja, à obediência aos senhores. ----------------------------------------------------------- A independência iraniana não é um problema menor. Ameaça o controle norte-americano de um dos butins mais valiosos do mundo, o petróleo do Oriente Próximo. Como conseqüência, desde 1979 os Estados Unidos têm sido duramente hostis com o Irã. Washington respaldou o feroz e mortífero ataque de Sadam Hussein contra o Irã e, inclusive, uma vez terminada a guerra continuou apoiando esse aliado até o ponto de convidar engenheiros nucleares iraquianos para receberem formação avançada para o desenvolvimento de armas nucleares, em 1989. Mais tarde, promulgou graves sanções contra o Irã, ao mesmo tempo que lançava freqüentes ameaças de atacar esse país e derrocar seu governo. ----------------------------------------------------------- E assim até hoje. Atualmente, 15 de junho de 2008, a agência de notícias Reuters informa o seguinte: "Os analistas estimam que se forem oferecidas ao Irã garantias de segurança -uma idéia lançada pela Rússia - seria possível sair do ponto morto atual, considerando que estas garantias constituem o objetivo fundamental do Irã, dada a política de Bush de mudança de regime referente a esse país. Mas os Estados Unidos afirmaram, no mês passado, que as grandes potências não tinham planos de compromisso em matéria de segurança com Teerã." ----------------------------------------------------------- Em poucas palavras, os EUA insistem em manter sua atitude de Estado fora da lei, rejeitando os princípios fundamentais do Direito Internacional, entre outros a Carta das Nações Unidas, que proíbe o uso da força nos assuntos internacionais. Bush conta com o apoio dos dois principais candidatos presidenciais de 2008 e com o das elites dos EUA e da Europa, ainda que não com o da opinião pública norte-americana, que apóia com grande margem a diplomacia e opõe-se às ameaças de guerra. Mas a opinião pública é, em grande medida, irrelevante na hora de elaborar as políticas, e não apenas neste caso. ----------------------------------------------------------- A classe política, em toda sua amplitude e com raras exceções, está comprometida com a manutenção do controle norte-americano dos principais recursos energéticos do mundo, e com o castigo dos desafios exitosos. Por conseguinte, os EUA têm feito grandes esforços para mobilizar uma aliança contra o Irã entre os Estados sunitas da região, embora sem muito sucesso. As duas viagens de Bush para a Arábia Saudita, no início de 2008, foram, neste sentido, fracassos sem paliativos. ----------------------------------------------------------- A imprensa saudita, normalmente muito comedida com os visitantes importantes, condenou as políticas propostas por Bush e pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, como "não uma diplomacia em busca da paz, mas uma loucura em busca da guerra." As monarquias do Golfo Pérsico não são amigas do Irã, mas aparentemente preferem acomodar-se e não entrar em confronto, o que constitui um duro golpe para as políticas norte-americanas. Washington está diante de problemas similares no Iraque e no Líbano. Em um segundo plano, existe uma preocupação mais profunda: que os países produtores de energia da região possam voltar-se para o Leste e, inclusive, que sigam o exemplo do Irã de estabelecer vínculos com a Organização de Cooperação de Shanghai (1), na qual a Índia, Paquistão e Irã participam como observadores, participação que foi negada a Washington. ----------------------------------------------------------- Ali: O conflito entre sunitas e xiitas tem se agravado sensivelmente nestes últimos anos, especialmente no Iraque, devido à crescente insurgência e à guerra civil desatada pela queda de Sadam Hussein e o vazio de poder que seguiu. O senhor acha que esse conflito sunita-xiita pode se estender para todo o Oriente Próximo. Em caso afirmativo, como isso ocorreria, especialmente em países como Iraque, Irã e Líbano e em relação à guerra contra o terrorismo? Vamos testemunhar mais atos terroristas, mais extremismo e mais antiamericanismo, ou será que este "divide e vencerás" pode ajudar as forças norte-americanas e as políticas estrangeiras a pacificarem a região? ----------------------------------------------------------- Chomsky: Segundo estudos sobre a opinião pública iraquiana, realizados pelo Pentágono, os conflitos sectários do Iraque não foram causados "pela queda de Sadam Hussein e o vazio de poder que seguiu", senão pela agressão norte-americana. Se você me permite citar o resumo, publicado pelo Washington Post, dos documentos do Pentágono publicados em dezembro de 2007, ele afirma: "Iraquianos de todos os grupos sectários e étnicos acreditam que a invasão militar norte-americana é a raiz primordial das violentas diferenças entre eles e consideram que a saída das forças de ocupação é fundamental para a reconciliação nacional." ----------------------------------------------------------- Como eu já disse, os Estados Unidos não tiveram muito sucesso em sua inspiração de um conflito regional entre sunitas e xiitas, mesmo que as tensões entre eles sejam bem reais e inquietantes. A invasão do Iraque potencializou os atos de terrorismo muito mais do que teria sido possível pensar de antemão, ao ponto de que algumas estimativas, como as realizadas pelos especialistas em terrorismo Peter Bergen e Paul Cruickshank após a análise de cifras semi-oficiais, chegam a considerar que se multiplicaram por sete. O que vai acontecer a seguir depende, em larga medida, de quais sejam as políticas norte-americanas, apesar de que também há muitos fatores internos próprios desta complexa região. ----------------------------------------------------------- Ali: No dia 20 de setembro de 2006, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, promoveu seu livro "Hegemony or Survival: America's Quest for Global Dominance" (2) na Assembléia Geral das Nações Unidas, e elogiou o senhor por demostrar que o maior perigo para a paz mundial, nestes momentos, são os Estados Unidos. Imediatamente, houve um grande alvoroço nos meios de comunicação. O senhor, por sua vez, recusou os pedidos de entrevistas porque, na sua opinião, os entrevistadores nem sequer haviam se incomodado em ler o livro e discutir seu conteúdo e estavam, em vez disso, à procura de sensacionalismo. Existe nos meios de comunicação norte-americanos um lugar para o jornalismo informativo e educativo e para a informação contrastada que não esteja tingida de sensacionalismo ou retórica promocional? O surgimento da Internet - os blogs, YouTube, os webzines, etc.- permite contrabalançar o que o senhor tem chamado de fabricação do consenso, consistente em que organismos poderosos, como as grandes corporações e o governo norte-americano, forneçam à mídia e ao público informação preparada, propaganda e meias-verdades adequadas? ----------------------------------------------------------- Chomsky: Se eu tivesse que me limitar a um único jornal, escolheria o New York Times, apesar de já ter escrito centenas de páginas nas quais documento em detalhe suas falsas representações, distorções e cruciais omissões à serviço do poder. E faria essa escolha por sua importância e recursos superiores aos demais. Aprende-se muito com uma leitura atenta e crítica dos meios de comunicação dominantes, apesar de que existem outras fontes também valiosas. A Internet permite ter acesso a uma grande variedade de informação, opinião e interpretação. Mas, como qualquer outra fonte, é útil só com a condição de que seja utilizada de um modo discriminado e reflexivo. Os melhores biólogos não são aqueles que leram mais publicações técnicas de seu âmbito, mas aqueles que dispõem de um marco de compreensão que lhes permite selecionar o que pode ser significativo, mesmo que de resto um determinado documento tenha pouco valor. Este mesmo tipo de discernimento é necessário no estudo dos assuntos humanos. ----------------------------------------------------------- Ali: Seus críticos - e há muitos deles - afirmam que sua retórica e ideologia parece um disco riscado: uma interminável ladainha e um monte de ataques repetitivos à política exterior norte-americana e às suas ações militares. Como o senhor responde aos críticos que afirmam que sua descrição da política exterior dos EUA é simplista e cínica? Os Estados Unidos são, realmente, um império do mal? Não existem casos em que a intervenção norte-americana ou a ajuda desse país tenha respondido a critérios altruístas, seguindo os ideais da Constituição? ----------------------------------------------------------- Chomsky: Este tipo de crítica de que você fala tem sido feita aos dissidentes de quase todas as sociedades na história da Humanidade, ou seja, não se deve dar a mínima para elas. Se os críticos têm argumentos e provas, vou estudá-los com prazer, neste âmbito assim como em qualquer outro. Quando o único que há são crises de birra do tipo que você menciona, podemos descartá-las como novos exemplos daquilo que o criador da teoria das relações internacionais realistas, Hans Morgenthau, chamou "nossa conformista obediência àqueles que têm o poder", referindo-se aos intelectuais norte-americanos - e aos ocidentais em geral -, apesar das eventuais excepções. Eu não respondo a estas acusações de que descrevo os Estados Unidos como um império do mal, porque esta acusação é uma montagem infantil feita por apologistas desesperados do poder estatal. ----------------------------------------------------------- De fato, costumo insistir em que os Estados Unidos são como qualquer outro sistema de poder. É verdade que esta afirmação é intolerável para nossos nacionalistas, que insistem no excepcionalismo dos EUA, assim como é para os líderes políticos e as classes intelectuais em outros Estados poderosos, passados e presentes, com muita freqüência. Quanto ao caráter genuinamente altruísta das nossas intervenções, é difícil encontrar exemplos no passado, tal como a pesquisa histórica demonstra, mesmo que, é claro, cada intervenção seja apresentada como altruísta por parte de seus perpetradores, por mais monstruosas que sejam. A imagem é mais ambígua no que se refere à ajuda, mas não muito diferente quando observamos em detalhe, e se ajusta também a um universal histórico, como eu tenho dito. ----------------------------------------------------------- Ali: Na sua opinião, o veto que a Universidade DePaul impôs à nomeação do professor Norman Finkelstein, devido à sua mordaz crítica e refutação do livro de Alan Dershowitz, "Case for Israel" é indicativa do clima de probidade e integridade intelectual nos Estados Unidos? Será que é um aviso aos acadêmicos e intelectuais que não se ajustam às consignas e questionam abertamente a ideologia que defendem os poderosos grupos de interesses e os lobbies? Ou será que é só um incidente isolado, que não tem outras implicações em relação ao ambiente intelectual pós 11 de setembro? ----------------------------------------------------------- Chomsky: O comportamento da Universidade DePaul ao rejeitar a recomendação dos professores para a nomeação de Finkelstein foi, sem dúvida, deplorável, mas este caso não pode ser generalizado. Tem características específicas, especialmente o papel do desesperado e fanático professor da Faculdade de Direito de Harvard, Alan Dershowitz. Finkelstein demonstrou com impecável rigor acadêmico que Dershowitz é um difamador, um mentiroso e um vulgar apologista dos crimes do Estado que defende. Em um primeiro momento, Dershowitz removeu céu e terra para impedir a publicação do escrito de Finkelstein; após fracassar nisso, lançou uma cruzada histérica para tentar suprimir seu conteúdo. Não é um idiota e sabe que não pode responder em termos de fatos e argumentos, ou seja que recorreu àquilo que é habitual nele: uma seqüência de ataques e insultos e uma extraordinária campanha de intimidação, à qual, finalmente, sucumbiu a direção da Universidade, aparentemente por temor a uma eventual mobilização de seus patrocinadores. ----------------------------------------------------------- Esta depravada atuação tem sido analisada com muito detalhe em publicações apropriadas, como Chronicle of Higher Education , e não vou me estender mais aqui. ----------------------------------------------------------- É verdade que há iniciativas importantes para impedir um debate honesto e independente dos assuntos do Oriente Próximo, especialmente os relativos a Israel. Não obstante, este é um caso especial, que não tem nenhuma relação com o ambiente intelectual posterior ao 11 de setembro. ----------------------------------------------------------- * Wajahat Ali é cidadão paquistanês e norte-americano, muçulmano, autor teatral, ensaísta, humorista e advogado, cuja obra "The Domestic Crusaders" (Os cruzados do interior) é a primeira obra teatral que trata dos muçulmanos norte-americanos no período posterior ao 11 de Setembro. ----------------------------------------------------------- Notas: ----------------------------------------------------------- (1) A Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) é um organismo intergovernamental fundado em 14 de Junho de 2001 pela R.P. da China, Rússia, Kazaquistão, Kirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão, dedicado a assuntos de cooperação econômica, cultural e de segurança. (N. do T.) ----------------------------------------------------------- (2) Hegemonia ou sobrevivência : Estats Units a la recerca do domini global, Editorial Empuries, 2004 (em catalão); Hegemonia ou sobrevivência: a estratégia imperialista dos Estados Unidos, Edições B, 2005 (em espanhol). ----------------------------------------------------------- Tradução para o espanhol para Rebelión por S. Seguí ----------------------------------------------------------------------------------- Tradução para o Português: Naila Freitas/Verso Tradutores ----------------------------------------------------------- Texto de Carta Maior

Leia os fatos e a seguir, polemize:

Pinçado no espaço POLEMICaLL, do site da "Escola que fala a sua língua!":

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No dia 20 de maio de 2007, por volta das 21hs, no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim/RN, Estela Taques, 21 anos, brasileira, solteira, estudante de Direito, filha de Jacob Eliseu Taques e Maria Loci Maciel, portadora da cédula de identidade nº 9.287.140.1-SSP/PR, CPF nº 052.558.799-32, foi presa em flagrante, após a interceptação feita por agentes tributários da Receita Federal e da Polícia Federal, por ocasião da realização de inspeção de rotina em bagagens desacompanhadas, mais especificamente naquelas provenientes do vôo 145 da Companhia Aérea TAP, oriundo de Lisboa/Portugal, pelo fato de conduzir, em bagagem identificada como sua, sacos, contendo comprimidos e substância vegetal com forte odor, cuja natureza entorpecente foi ratificada pelo Laudo Preliminar de Constatação (fls. 26/28 do IPL) e pelos Laudos de Exame em Material Vegetal nº 216/07-SR/RN (fls.61/63 do IPL) e em Substância nº 217/07 (fls. 64/67 do IPL). ------------------------------------------------------------------------------------------------ Droga apreendida: 4,660kg de maconha, 990g de derivado de maconha (haxixe) e 20 mil comprimidos de ecstasy, 18 micropontos de LSD. ------------------------------------------------------------------------------------------------ Uma carga avaliada em mais de um milhão de reais.

Cotas para estudantes de escolas públicas - o caso da UFSC

Matéria pinçada do Blog CaLL ------------------------------------------------------------------------------------------------- AS COTAS NA UFSC ------------------------------------------------------------------------------------------------- Este é o primeiro processo seletivo da universidade com sistema de cotas. Das 4.095 vagas da UFSC, 20% foram destinadas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental e médio em escolas públicas e 10% para negros que estivessem na mesma condição. As 819 vagas para alunos de escolas públicas foram preenchidas e das 414 vagas destinadas para negros, 323 foram preenchidas. As demais foram remanejadas para a concorrência geral. ------------------------------------------------------------------------------------------------- A reclamação dos não-cotistas ------------------------------------------------------------------------------------------------- A principal reclamação dos não-cotistas que não foram aprovados no vestibular foi o critério de pontos mínimos adotado pela UFSC para considerar o candidato apto à classificação. ------------------------------------------------------------------------------------------------- Segundo o professor Costa, para disputar a classificação o candidato teria de acertar pelo menos três das dez questões de português, somar 20 pontos nas demais disciplinas (sem zerar em nenhuma delas), tirar pelo menos nota 3 na redação e não zerar no conjunto de nenhuma das três questões discursivas. Na prática, o vestibulando precisa fazer 29,1 pontos entre os 96 possíveis para não ser desclassificado. ------------------------------------------------------------------------------------------------- No caso de medicina, por exemplo, não foi preciso acertar nem metade da prova para conseguir ser aprovado pelo sistema de cotas para negros de escolas públicas. O último aprovado pelas vagas universais conseguiu 81,04 pontos, contra 70,35 pontos conquistados pelo estudante de escola pública e 44,33 pontos do vestibulando negro e de escola pública. ------------------------------------------------------------------------------------------------- Sobre essa experiência da UFSC, o que você tem a comentar? Deixe a sua opinião. Participe.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Capital Estrangeiro no Ensino

RECEBI ESSE e-MAIL E RESOLVI PUBLICÁ-LO, POIS ACHEI INTERESSANTE! Capital estrangeiro e fusões de empresas aumentam no ensino superior (Caso da UnP) 10/07/2008 16h15 ----------------------------------------------------------------------------------------- O processo de oligopolização no mercado do ensino superior brasileiro aumentou ainda mais nesta semana: a Anhanguera Educacional comprou mais uma instituição – o Centro de Ensino Superior de Rondonópolis. Com isso, o grupo chega a 140 mil estudantes e estende seus interesses por vários Estados. A informação foi dada no blog da jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a matéria, além da Anhanguera, também a Estácio de Sá, uma tal de Kroton Educacional e o Sistema Educacional Brasileiro são alguns dos empreendimentos no ensino universitário que têm capitais abertos na bolsa de valores, foco de atenção de investidores estrangeiros. ----------------------------------------------------------------------------------------- De acordo com Cafardo, só em 2008 já ocorreram 30 fusões, 63% mais que em todo o ano de 2007; e nada indica que o processo seja interrompido: um número muito grande de pequenas instituições, bem ou mal-sucedidas, não terá como resistir à guerra de preços e ao assédio publicitário dos conglomerados que se formaram no setor. Notícias como essas têm aparecido com freqüência e dão conta de uma dinâmica de natureza econômica característica do perfil que o ensino superior ganhou no Brasil - um vasto mercado de commodities simbólicas que está cada vez mais distante dos compromissos que a Universidade deve ter. Afinal, os resultados estão aí para quem quiser ver: boa parte das escolas particulares apresentam resultados sofríveis em todos os quesitos com que são avaliadas: da formação profissional e acadêmica à produção científica. E não se diga que os professores podem, de alguma forma, ser responsabilizados por isso. Com toda a robustez financeira e material vivida pelas instituições, nossa categoria amarga difíceis condições de trabalho. ----------------------------------------------------------------------------------------- Esse paradoxo (exuberância econômica versus baixa qualidade na formação dos alunos e precariedade do trabalho docente) é que precisa ser discutido por toda a sociedade, antes que o país perca a soberania que deve ter sobre um dos setores estratégicos de seu desenvolvimento --------------------------------------- -------------------------------------------------- Texto do site do SINPRO - SP