Meu Rincão

Minha terra não é de todos;
Apenas de quem a ama!
Minha terra não tem tudo;
Apenas o essencial!
Minha terra não tem pressa;
Mas, às vezes, corre!
Minha terra não é grande;
Apenas suficiente!
Minha terra é rica:
Cultura, vanguarda, tradição...
Minha terra perfeita? É, não!
É quase humana, mãe!
É mutante:
Cinzenta , estorricada,
De repente, verde, encharcada!
É sensível, persistente, alegre...
Minha terra enche-me de saudade
Sua água revigora-me
É renovação!
São, do Sabugi,
João.

PR_SJS

domingo, 25 de outubro de 2009

Assu. Uma terra mais...

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO EM ASSU.
====================================================== ====================================================== ====================================================== Ninguém melhor para cantar o amor a uma Terra que um filho seu! Assim, "afanei" de ALDERI DANTAS seu canto de glórias e salves a uma Terra que adotei por amor a MINHA AMADA FERNANDA e por que neste fértil solo resolvi fincar raízes e a cultivar amigos! ====================================================== Em 2007 lancei as primeiras sementes, as quais, como bem professa Alderi, não tardaram a germinar! ======================================================

Grupo de Teatro de Assu encenando o AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA em SJS

====================================================== Aqui contei com o braço forte e amigo de Renato; relembro, nostalgicamente, minha infância sabugiense nos bate-papos de fim-de-tarde na calçada com Seu Gutemberg e D. Maria; conheci o irreverente Mundico e a desenfreada Elvira, ambos contidos por Flávio Barboza (é com "Z", mesmo!); conto com a amizade do homem forte do brega, Dida Bola; aqui, lógico, nasceu Alderi, o qual também elenco entre meus amigos assuenses! ======================================================

Bandeira da Festa do Padroeiro, S. JOÃO BATISTA, em SJS ============================================================================= (Igreja Matriz de S. J. Batista)
====================================================== Talvez essa afinidade não seja por acaso: Venho da ribeira do Sabugi, outrora São João do Príncepe - pertencente à Villa do Príncepe, hoje Caicó-RN -, terra primitivamente habitada pelos Pegas (indígenas da etinia Tarairiús/Tapuias), povoado que se desenvolveu às margens do Rio Sabugi (afluente do Açu), tendo como atividades econômicas a agropecuária, a pesca, o comércio (mineração: participou do ciclo da Xelita); protegida e guardada pelo Precursor (São João Batista). Quiçá isso justifique sentir-me tão à vontade numa terra NÃO MAIS estranha! ====================================================== Ah! Quase que me esqueci: O aniversário de Assu é no dia 16 de OUTUBRO!!! ====================================================== Sem mais delongas, com a palavra ALDERI DANTAS: ====================================================== O Assu sempre me fascinou, e não é apenas porque foi aqui que nasci. Influente na Colônia e no Império, a cidade ainda guarda resquícios dessa época de prestígio social e econômico, representado por seu antigo casario. Município oriundo do chamado “ciclo do gado”, durante muitos anos foi o centro de um vasto e florescente comércio de carne bovina exportada, na época, para o resto do território brasileiro. Antes de ser batizado de Assu pela Lei 124, de 16 de outubro de 1845, foi o Arraial Nossa Senhora dos Prazeres e a Vila Nova da Princesa. ====================================================== Muitos, no entanto, preferem “Atenas norte-riograndense” termo nascido a partir de um bem sucedido marketing feito pelo seu filho Ezequiel Wanderley, retratando uma era de cultivo das boas maneiras, da elegância e das boas letras, tendo sido a primeira cidade potiguar a abrir e manter uma biblioteca, ainda no século XIX, e também a fundar um jornal, “O ASSUENSE”, em 1867. Outros preferem simplesmente “Terra dos Poetas” e, realmente, não são poucos os assuenses poetas. Ezequiel Fonseca que não me deixa mentir, com o livro “Poetas e Boêmios do Assu”. ======================================================
São João no Assu. Igreja Matriz de S. J. Batista
====================================================== E mais, é também terra de filhos notáveis, como Luís Carlos Lins Wanderley, primeiro médico norte-riograndense e autor do primeiro romance potiguar “Mistérios de um Homem Rico” e Elias Souto, fundador da imprensa diária no Estado. Porém, o número de assuenses que chegaram ao alto posto da magistratura, ou se destacaram nas armas, no comércio e nas letras são incontáveis. Eis alguns porquês do meu fascínio pelo Assu. ====================================================== Assu foi no início, terra da tribo indígena Janduís e palco de encenação da “Guerra dos Bárbaros”, onde foram caçados todos os índios. No tocante a natureza, o município é rico. Água em abundância, petróleo, sol o ano inteiro e uma das melhores terras do planeta, reconhecida nos laboratórios, nacionais e internacionais como matéria que serve de adubo. Aqui se produz com facilidade frutas e, quem, ainda não ouviu falar da manga, da banana e do melão do Assu. Temos peixes, legumes, carne, leite e um imenso e belo carnaubal – que emoldura a paisagem do município – e de onde se extrai a cera utilizada na indústria de revestimento, calçados, cosméticos, limpeza doméstica e, mais recentemente, na produção de papel e esteiras de palha para enrolar os dutos de petróleo espalhados por toda a região. Já a produção cerâmica do Assu é reconhecida nas regiões Norte e Nordeste e o seu artesanato em todo o Brasil. ====================================================== Para completar esse cenário. Assu é banhado pelo rio Piranhas/Assu. Tem o açude Mendubim e a Flona – área de floresta nacional, com raridades da flora e da fauna nordestina. ======================================================

Junho chuvoso: Praça de Eventos em frente a Igreja Matriz de S. J. Batista - ASSU

====================================================== Chegando ao Assu é impossível passar pelo Quadro da Matriz, Centro da cidade, e não observar a beleza arquitetônica dos casarões seculares. Entre outros, cito o Sobrado da Baronesa, hoje Casa da Cultura Popular do Assu. Local em que, no dia 24 e junho de 1885, três anos antes da Lei Áurea, Belisária Lins Wanderley, que veio a tornar-se Baronesa de Serra Branca, serviu um banquete aos seus escravos e proclamou-os livres. ====================================================== O visitante pode dar uma volta para ir à barragem do Assu, ver os seus dois jatos de água. Se estiver sangrando, o espetáculo é mais bonito, lindo mesmo. Entre as comunidades do Porto Piató e Bela Vista, você vai encontrar a lagoa do Piató, maior reservatório natural de águas do Estado. São 18 quilômetros de extensão, 2,5 de largura, capacidade para armazenar 96 milhões de metros cúbicos de água. Uma das jóias da natureza. Nesse cenário, é onde temos o prazer de encontrar Chico Lucas, que nos conta muitas histórias da lagoa durante um passeio de barco de suspender a respiração. ====================================================== O peixe é o prato local. Excelente frito ou cozido com pirão. Vale a pena um cafezinho acompanhado do célebre biscoito Flor do Assu, feito com manteiga do sertão e essência de cravo e erva doce. E não deixe ainda de sintonizar a rádio Princesa do Vale e ouvir um pouco mais sobre essa terra. ======================================================

Vista aérea de ASSU-RN

====================================================== Entre essas jóias, o Assu tem gente boa e acolhedora, gente como meu amigo Francisco das Chagas Pinheiro, Doutor Chaguinha. Mas, fique certo, isso é só um pouquinho do que é o Assu. O Assu é Mais. ====================================================== ====================================================== ====================================================== Escrito por Alderi Dantas em http://alderidantas.zip.net