Meu Rincão

Minha terra não é de todos;
Apenas de quem a ama!
Minha terra não tem tudo;
Apenas o essencial!
Minha terra não tem pressa;
Mas, às vezes, corre!
Minha terra não é grande;
Apenas suficiente!
Minha terra é rica:
Cultura, vanguarda, tradição...
Minha terra perfeita? É, não!
É quase humana, mãe!
É mutante:
Cinzenta , estorricada,
De repente, verde, encharcada!
É sensível, persistente, alegre...
Minha terra enche-me de saudade
Sua água revigora-me
É renovação!
São, do Sabugi,
João.

PR_SJS

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nicolelis Opina: O ENEM...

====================================================== ENEM É COISA SÉRIA ====================================================== É impressionante a clareza e a lucidez do neurocientista Miguel Nicolelis. Em entrevista a Conceição Lemes, Nicolelis compara o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ao SAT (standart admissions test) que existe desde 1901 nos EUA. ====================================================== “Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado. ====================================================== “Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!” ====================================================== Nicolelis é professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. E um dos maiores neurocientista do mundo. Seguem trechos da entrevista: ====================================================== Nicolelis: Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo! ====================================================== ====================================================== ====================================================== Desde o último final de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ministério da Educação (MEC) estão sob bombardeio midiático. ====================================================== Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões submeteram-se às provas. O exame foi aplicado em 1.698 cidades, 11.646 locais e 128.200 salas. Foram impressos 5 milhões de provas para o sábado e outros 5 milhões para o domingo. Ou seja, o total de inscritos mais de 10% de reserva técnica. ====================================================== No teste do sábado, ocorreram dois erros distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200. ====================================================== O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem. ====================================================== “Nenhum aluno será prejudicado. Aqueles que tiveram problemas poderão fazer a prova em outra data”, tem garantido desde o início o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Isso é possível porque o Enem aplica a teoria da resposta ao item (TRI), que permite que exames feitos em ocasiões diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade.” ====================================================== Interesses poderosos, porém, amplificaram ENORMEMENTE os erros para destruir a credibilidade do Enem. Afinal, a nota no exame é um dos componentes utilizados em várias universidades públicas do país para aprovação de candidatos, além de servir de avaliação parabolsa do PRO-UNI. ====================================================== “Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. “Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!” ====================================================== Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe o SAT (standart admissions test), que é muito parecido com o Enem. Tem três filhos. Os três já passaram pelo Enem americano. ====================================================== Viomundo — De um total de 3,4 milhões de provas aplicadas no sábado, houve problema incontornável em menos de 2 mil. Tem sentido detonar o Enem, como a mídia brasileira tem feito? E dizer que o Enem fracassou, como um ex-ministro da Educação anda alardeando? ====================================================== Miguel Nicolelis — Sinceramente, de jeito algum — nem um nem outro. O Enem é equivalente ao SAT, dos Estados Unidos. A metodologia usada nas provas é a mesma: a teoria de resposta ao item, ou TRI, que é uma tecnologia de fazer exames. O SAT foi criado em 1901. Curiosamente, em outubro de 2005, entre as milhões de provas impressas, algumas tinham problema na barra de códigos onde o teste vai ser lido. A entidade que faz o exame não conseguiu controlar, porque esses erros podem acontecer. ====================================================== Viomundo — A Universidade de Duke utiliza o SAT? ====================================================== Miguel Nicolelis — Não só a Duke, mas todas as grandes universidades americanas reconhecem o SAT. É quase um consenso nos Estados Unidos. Apenas uma minoria é contra. E o Enem, insisto, é uma adaptação do SAT, que é uma das melhores maneiras de avaliação de conhecimento do mundo. O teste é a melhor forma de avaliar uniformemente alunos submetidos a diferentes metodologias de ensino. É a saída para homogeneizar a avaliação de estudantes provenientes de um sistema federativo de educação, como o americano e o brasileiro, onde os graus de informação, os métodos, as formas como se dão, são diferentes. ====================================================== Viomundo — Qual a periodicidade do SAT? ====================================================== Miguel Nicolelis – Aqui, o exame é aplicado sete vezes por ano. O aluno, se quiser, pode fazer três, quatro, cinco, até sete, desde que, claro, pague as provas. No final, apenas a melhor é computada. Vários estudos feitos aqui já demonstraram que o SAT é altamente correlacionado à capacidade mental geral da pessoa. ====================================================== Todo ano as provas têm uma parte experimental. São questões que não contam nota para a prova. Servem apenas para testar o grau de dificuldade. Assim, a própria criançada vai ranqueando as perguntas, permitindo a ampliação do banco de questões. Outra peculiaridade do sistema americano é a forma de corrigir a prova. É desencorajado o chute. ====================================================== Viomundo — Explique melhor. ====================================================== Miguel Nicolelis — Resposta errada perde ponto, resposta em branco, não. Por isso, o aluno pensa muito antes de chutar, pois a probabilidade de ele errar é grande. Então se ele não sabe é preferível não responder do que correr o risco de responder errado. ====================================================== Viomundo – Interessante … ====================================================== Miguel Nicolelis – Na verdade, o SAT é maneira mais honesta, mais democrática de avaliar pessoas de lugares diferentes, com sistemas educacionais diferentes, para tentar padronizar o ingresso. Aqui, nos EUA, a molecada faz o exame e manda para as faculdades que quer frequentar. E as escolas decidem quem entra, quem não entra. O SAT é um dos componentes para essa avaliação. ====================================================== Viomundo — Aí tem cursinho para entrar na faculdade? ====================================================== Miguel Nicolelis — Tem para as pessoas aprenderem a fazer o exame, mas não é aquela loucura da minha época. Era cheio de cursinho para todo lugar no Brasil. Cursinho é uma máquina de fazer dinheiro. Não serve para nada a não ser para fazer o exame. Por isso ouso dizer: só os donos de cursinho e aqueles que não querem democratizar o acesso à universidade podem ter algo contra o Enem. ====================================================== Viomundo –Mas o fato de a prova ter erros é ruim. ====================================================== Miguel Nicolelis — Concordo. Mas os erros vão acontecer. Em 1978, quando fiz a Fuvest (vestibular unificado no Estado de São Paulo), teve pergunta eliminada, pois não tinha resposta. Isso acontece desde o tempo em que havia exame para admissão [ao primeiro ginasial, atualmente 5ª série do ensino fundamental) na época das cavernas (risos). Você não tem exame 100% correto o tempo inteiro. ====================================================== Então, algumas pessoas estão confundindo uma metodologia bem estudada, bastante conhecida e aceita há décadas, com problemas operacionais que acontecem em qualquer processo de impressão de milhões de documentos. Na dimensão em que aconteceram no Brasil está dentro das probabilidade de fatalidades. ====================================================== Viomundo -- Em 2009, também houve problema, lembra-se? ====================================================== Miguel Nicolelis -- No ano passado foi um furto, foi um crime. O MEC não pode ser condenado por causa de um assalto, que é uma contigência e nada tem a ver com a metodologia do teste. ====================================================== Só que, infelizmente, gerou problemas operacionais para algumas universidades, que não consideraram a nota do Enem nos seus vestibulares. Isso não quer dizer que elas não entendam ou nãoaceitam o teste. As provas do Enem são muito mais democráticas, mais racionais e mais bem-feitas do que os vestibulares de qualquer universidade brasileira. ====================================================== Eu fiz a Fuvest. Naquela época, era muito ruim. Não media nada. E, ainda assim, a gente teve de se sujeitar àquilo, para entrar na faculdade a qualquer custo. ====================================================== Viomundo -- Fez cursinho? ====================================================== Miguel Nicolelis -- Não. Eu tive o privilégio de estudar numa escola privada boa. Mas muitas pessoas que não tinham educação de alto nível eram obrigadas a recorrer ao cursinho para competir em condições de igualdade. ====================================================== Mas o cursinho não melhora o aprendizado de ninguém. Cursinho é uma técnica de aprender a maximizar a feitura do exame. É quase um efeito colateral do sistema educacional absurdo que até recentemente tínhamos no Brasil. É um arremedo. É um aborto do sistema educacional que não funciona. ====================================================== Viomundo -- Qual a sua avaliação do Enem? ====================================================== Miguel Nicolelis -- É um avanço tremendo, porque a longo prazo a repetição do Enem várias vezes por ano vai acabar com o estresse do vestibular. Você retira o estresse do vestibular. Na minha época, e isso acontece muito ainda hoje, o jovem passava os três anos esperando aquele "monstro". De tal sorte, o vestibular transformava o colegial numa câmara de tortura. Uma pressão insuportável. Um inferno tanto para os meninos e meninas quanto para as famílias. Além disso, um sistema humilhante, porque as pessoas que não podiam frequentar um colégio privado de alto nível sofriam com o complexo de não poder competir em pé de igualdade. Por isso os cursinhos floresceram e fizeram a riqueza de tanta gente, que agora está metendo o pau no Enem. Evidentemente vários interesses estão sendo contrariados devido ao êxito do Enem. ====================================================== Viomundo -- Tem muita gente pichando, mesmo. ====================================================== Miguel Nicolelis -- Todo esse pessoal que picha acha que sabe do que está falando. Só que não sabe de nada. Exame educacional não é jogo de futebol. Tem metodologia, dados, história. E olha que eu adoro futebol. Sempre que estou no Brasil, vou ao estádio para assistir ao jogos do Palmeiras [Ninguém é perfeito (rs)!] O Brasil fez muito bem em entrar no Enem. É o único jeito de acabar com esse escárnio, com essa ferida que é o vestibular . ====================================================== Viomundo — Nos EUA, não há vestibular para a universidade. O senhor acha que o Brasil seguirá essa tendência? ====================================================== Miguel Nicolelis -- Acho que sim. O importante é o seguinte. O Brasil está tentando iniciar esse processo. Quando você inicia um processo dessa magnitude, com milhões fazendo exame, é normal ter problemas operacionais de percurso, problemas operacionais. Isso faz parte do processo. ====================================================== Nos Estados Unidos, as provas já são começam a ser feitas via internet. Como o Brasil em pouco tempo está avançando rapidamente, acredito que logo teremos várias provas por ano, como aqui [nos EUA, há sete, lembram-se?], e tudo por computador. O aluno se inscreve e, num dia e hora pré-determinados, vai com a sua senha a um terminal estabelecido — terá de se estabelecer uma rede – acessa e faz a prova. Será um exame só para ele. Você elimina o risco de vazamento e economiza com a impressão de provas, que custa um dinheirão. ====================================================== Nós estamos caminhando para o Enem ser a moeda de troca da inclusão educacional. As crianças vão aprender que não é porque elas fazem cursinho famoso da Avenida Paulista que elas vão ter mais chance de entrar na universidade. Elas vão entrar na universidade pelo que elas acumularam de conhecimento ao longo da vida acadêmica delas. Elas vão poder demonstrar esse conhecimento sem estresse, sem medo, sem complexo de inferioridade. De uma maneira democrática.E, num futuro próximo, tanto as crianças de escolas privadas quanto as de escolas públicas vão começar a entrar nesse jogo em pé de igualdade. Aí, sim vai virar jogo de futebol. ====================================================== Futebol é uma das poucas coisas no Brasil em que o mérito é implacável. Joga quem sabe jogar. Perna de pau não joga. Não tem espaço. O talento se impõe instantaneamente. ====================================================== Educação tem de ser a mesma coisa. O talento e a capacidade têm de aflorar naturalmente e todas as pessoas têm de ter a chance de sentar na prova com as mesmas possibilidades. ====================================================== FONTE: Ailton Medeiros e Conceição Lemes (viomundo.com.br) ====================================================== ====================================================== ======================================================

domingo, 14 de novembro de 2010

Ufersa inicia implantação de novo curso de Medicina em Mossoró

====================================================== O reitor da Universidade Federal Rural do Semiarido, Ufersa, Josivan Barbosa, anunciou que já trabalha internamente a possível implantação o curso de medicina na instituição. ====================================================== Segundo ele, a maioria das universidades federais do país já oferece cursos tradicionais como direitos, engenharias e medicina. ====================================================== "O nosso primeiro desafio foi implantar, na Ufersa, os cursos de Direito e algumas Engenharias. O próximo desafio é passar a oferecer cursos na área da saúde, inicialmente com Nutrição e em seguida Medicina", revelou o reitor. ====================================================== Josivan Barbosa explica que os argumentos para que o curso seja viabilizado junto ao Ministério da Educação são muitos, e vão do ponto de vista científico como econômico. "Se sairmos de Mossoró até Petrolina, onde é oferecido outro curso de medicina, são mais de oitocentos quilômetros percorridos. Como um estudante carente da nossa região vai sair daqui para essa cidade estudar medicina? Sabemos que a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Uern, oferece esse curso, mas o número de vagas ainda é muito insuficiente. São apenas vinte e seis vagas por ano. Ou seja, quando conseguiremos suprir a necessidade de médicos no estado, que hoje é de quase dois mil? Daí a necessidade da Ufersa passar a oferecer mais esse curso", afirma Josivan Barbosa que vai além "O interior do Rio Grande do Norte não pode esperar mais do que já esperou por cursos de medicina. Essa é uma luta de cada norteriograndense", completa. ====================================================== De acordo com o planejamento da instituição, os trabalhos e estudos para a implantação do curso de Nutrição já estão bem adiantados, e em seguida o de Medicina. "A nossa entrada na área da saúde será com o curso de Nutrição. Recentemente a Ufersa construiu vários laboratórios que servirão também para esse processo. Iniciaremos 2011 estudando o comportamento do governo que assumirá em janeiro e se sentirmos abertura iremos lutar pela implantação do curso de medicina o mais breve possível", planeja. ====================================================== De acordo com o reitor a expectativa é que sejam oferecidas cinqüenta vagas anualmente para o curso. "Será um grande momento da nossa universidade. Pretendemos abrir uma média de cinqüenta vagas anualmente. Para isso já estamos preparando toda a estrutura da Ufersa para comportar mais esses cursos. Aportar medicina vai ser importante para o estado, e bem recebido pela população, assim como pelas instâncias do Ministério da Educação", coloca. ====================================================== A notícia animou alguns estudantes que sonham em prestar vestibular para o curso de Medicina. "A expectativa é enorme. Ainda mais com esse número de vagas. Os estudantes do Rio Grande do Norte terão mais chances de chegar a ocupar uma vaga", acredita a estudante do ensino médio, Jussara Helena da Costa. ====================================================== Para Rodolfo Lima a instalação do curso na Ufersa é a possibilidade real de realizar um sonho. "Já tentei vestibular para medicina duas vezes e ainda não consegui chegar. Hoje faço enfermagem, mas quando abrir as vagas para medicina na Ufersa vou tentar novamente. Serão cinqüenta vagas, com isso as nossas chances aumentam. Quem sabe não acabo sendo aprovado e realizando o sonho da minha vida?", disse com brilho nos olhos. ====================================================== O curso de medicina da Universidade Federal Rural do Semiárido ainda não tem data definida para ser implantando, mas a previsão é que a parte burocrática seja resolvida até o final de 2011. ====================================================== FONTE: Denise Santos, Correio da Tarde ====================================================== ====================================================== ======================================================