sábado, 24 de julho de 2010
CULTURA: A Gaiola das Loucas comemora 100 apresentações...
Quando uma produção desse quilate será encenada em palcos potiguares?
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Por falta estrutura local não é mais desculpa: O Teatro Dix-huit Rosado, em Mossoró-RN, conta com um dos maiores palcos da América Latina, dotado de infra-estrutura até para ópera!
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Público? Renda?
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Mossoró cresce de vento em popa: é a primeira cidade do interior nordestino a receber investimentos do grupo Alfa Ville e de outros empreendimentos de altos padrões e valores pecuniários! Sinal de que renda e público existem!
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Victorazo assim versou acerca da peça:
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Versão brasileira da famosa peça de teatro é mais rica que a norte-americana
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Diogo Vilela e Miguel Falabella fazem os papéis principais da versão brasileira de A Gaiola das Loucas
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O musical A Gaiola das Loucas estreou em março passado no Rio de Janeiro, com Diogo Vilela e Miguel Falabella nos papéis principais, e fez festa para comemorar 100 apresentações na quinta-feira (22). Ainda neste ano, o espetáculo deve iniciar temporada em São Paulo.
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A peça é uma adaptação do texto La Cage aux Folles, escrito por Jean Poiret em 1973, que virou filme de sucesso em 1978, com Ugo Tognazzi, e teve continuação, com o mesmo ator e menos sucesso, La Cage aux Folles II e III lançados na década de 80. Mike Nichols também refilmou, em 1996, uma versão contemporânea, com Robin Williams.
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Na produção carioca, Diogo Vilela interpreta Albin, que no cabaret se transforma em Zazá, diva temperamental e sensível. Seu parceiro, Georges, mestre de cerimônias do cabaret, é interpretado por Miguel Falabella. A dupla forma um casal estabelecido no showbusiness, que vive junto há muitos anos e criou com igual envolvimento e dedicação o filho que Georges teve, fruto de uma noite de bebedeira, em que ele foi "conferir aquilo de que todos falavam".
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O mote da história é a volta deste filho, Jean Michel, para anunciar que está prestes a se casar com Anne Dindon – e também a deixa para uma das frases mais famosas da peça, quando Zazá exclama: "Nosso filho vai se casar com uma mulher! Onde foi que nós erramos?"
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Diferenças que se encontram em cena
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Vilela e Falabella mostram mais uma vez seu talento e sua cumplicidade em cena. Não há como não se divertir com dois atores tão diferentes e, no caso, tão adequados em seus papéis: o primeiro é ator de composição, que se transforma num personagem diferente a cada trabalho. O segundo é ator de personalidade, que empresta sua persona aos trabalhos que faz.
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Douglas Hodge e Kelsey Grammer em divulgação da versão norte-americana do espetáculo
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Além do casal principal, é impagável a participação de Jorge Maya como Jacó, a camareira “aparecida” que quer de qualquer maneira entrar para o mundo do espetáculo. No papel do filho que chega para anunciar seu casamento está Davi Guilherme, excelente cantor, mas que parece jovem demais, e leve demais, para o papel.
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Aqui e lá
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É interessante comparar a versão nacional com a montagem que está em cartaz neste momento na Broadway, arrebanhando os principais prêmios de teatro musical de Nova York, a capital mundial do gênero. La Cage aux Folles, ou simplesmente La Cage, como é chamado, também acaba de completar 100 apresentações no Longacre Theatre, e foi aclamado melhor "musical revival" de 2010.
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Douglas Hodge, no papel de Zazá, é talvez o ator mais premiado do ano. Ele merece. Faz Zazá com humor, calor e cheia de vontades, que nos fazem acreditar na sua face diva temperamental assim como na de mãe adotiva – e cuidadosa – de Jean Michel. No papel de Georges está Kelsey Grammer, ícone da televisão, que viveu por mais de vinte anos o mesmo papel, o Dr. Frasier Crane, que apareceu primeiro na série Cheers, estrelada por Ted Danson, e depois ganhou seu próprio seriado, Frasier.
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O fato mais impressionante na comparação das duas produções é que a brasileira é provavelmente mais cara que a da Broadway. Temos mais cenários, mais figurinos, iluminação mais rica, e maior número de bailarinos, as sensacionais loucas da Gaiola.
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Claro que o enorme teatro OI CASA GRANDE não se parece em nada com um pequeno cabaret, e aí está uma das dificuldades a serem superadas. Miguel Falabella, porém, pode conseguir esse feito – se se aproximar mais do público e usar ainda mais o seu carisma.
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O espetáculo deveria ser mais conversado, mais íntimo do público que está lá disposto a acreditar que aquilo é um pequeno cabaret, e que, como diz a música original do espetáculo, "o melhor momento é agora" (na versão em português, "a vida é uma só"). E eles nem precisariam cantar tão bem. Aliás, encurtar um ou dois números musicais também não seria uma má idéia.
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A Gaiola das Loucas
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Diogo Vilella, Miguel Falabella, Carla Martelli, Davi Guilherme, Gustavo Klein, Jorge Maya, Mauricio Moço, Mirna Rubin, Sylvia Massari, bailarinos e orquestra.
Músicas e Letras: Jerry Herman
Texto: Harvey Fierstein
Baseado na peça La Cage Aux Folles, de Jean Poiret
Direção musical: Carlos Bauzys
Versão brasileira e Direção: Miguel Falabella
Produção Geral: Sandro Chaim
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FONTE: Denis Victorazo, Último Segundo.
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