Meu Rincão

Minha terra não é de todos;
Apenas de quem a ama!
Minha terra não tem tudo;
Apenas o essencial!
Minha terra não tem pressa;
Mas, às vezes, corre!
Minha terra não é grande;
Apenas suficiente!
Minha terra é rica:
Cultura, vanguarda, tradição...
Minha terra perfeita? É, não!
É quase humana, mãe!
É mutante:
Cinzenta , estorricada,
De repente, verde, encharcada!
É sensível, persistente, alegre...
Minha terra enche-me de saudade
Sua água revigora-me
É renovação!
São, do Sabugi,
João.

PR_SJS

domingo, 4 de janeiro de 2009

Brasil Colônia

Bolos e docinhos EXTRA! EXTRA! PROIBIDA A PRODUÇÃO DE BISCOITOS, BOLOS E DOCINHOS EM LISBOA Por Cristiano Catarin O ano de 2008 está sendo especial para a historiografia brasileira em relação à temática da transferência da família real portuguesa ao Brasil ocorrida em 1808. O bicentenário deste importante episódio da História proporcionou um salto no debate historiográfico, desenvolvendo e enriquecendo diferentes abordagens que envolvem todo o processo histórico como: os antecedentes, os preparativos, a própria viagem e a chegada e permanência de uma corte européia na América entre 1808 e 1821. Entretanto, nossa parada será os últimos meses do ano de 1807, em Lisboa, momentos primorosos que antecederam a tão discutida atitude tomada e realizada por d. João em 29 de novembro, quando então a família real, tudo e todos que significassem o aparelho político, administrativo e até religioso da corte portuguesa foram lançados ao mar rumo ao Brasil. O último trimestre de 1807 foi tomado por grandes modificações no cotidiano da cidade de Lisboa, em Portugal. De um lado, havia uma combinação de práticas religiosas e demonstrações de preparos militares, de outro, falatórios, boataria e intrigas, a cidade portuguesa estava refém das tensões que rondavam as decisões e indecisões do príncipe regente d. João quanto a escolha de qual posição tomar frente às pressões exercidas em terra, por meio das ameaças do então imperador francês Napoleão Bonaparte, e pelo mar, pela Inglaterra, detentora do maior poderio marítimo da época. A realidade dos fatos causava desconserto de idéias em d. João, e esse sentimento do príncipe aumentava com os boatos que pairavam pelas ruas de Lisboa, como o exemplo de que diziam que se o príncipe regente de fato fosse lançar-se ao mar com destino ao Brasil, sua embarcação seria “engolida” pelas águas e ninguém iria sobreviver. A cidade portuguesa estava agitada, sendo palco de rezas e crenças e, ao mesmo tempo, de muitas preocupações de combate de encontrar maneiras para o melhor preparo militar. Toda a agitação acabou alcançando diversos setores de Lisboa. Toda instabilidade e insegurança acabaram atingindo o mercado local da cidade, que naquela época apresentava escassez de mantimentos, especialmente a falta de carne e de trigo. Esta situação fez o governo baixar um edital regulando o consumo da farinha, restringindo seu uso exclusivamente para produção de pão, proibindo, portanto, a produção de biscoitos, bolos e docinhos. Um verdadeiro racionamento de trigo estabeleceu-se em Lisboa. Os famosos pastéis de Belém, famosa iguaria da culinária portuguesa, foram diretamente atingidos pelo edital disposto em 16 de novembro de 1807. A escassez de víveres representa o tamanho das dificuldades e das incertezas que faziam parte dos portugueses naquela época. Afinal, Portugal estava prestes a demarcar um fato inédito na História, pois, até aquele momento, nenhuma outra monarquia européia havia se transferido para o outro lado do Atlântico. Para sabe mais: SCHWARCZ, Lilia Moritz. A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis: do terremoto de Lisboa a independência do Brasil. Colabs. Paulo César de Azevedo, Ângela Marques da Costa: Companhia das Letras. São Paulo, 2002.

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