Meu Rincão

Minha terra não é de todos;
Apenas de quem a ama!
Minha terra não tem tudo;
Apenas o essencial!
Minha terra não tem pressa;
Mas, às vezes, corre!
Minha terra não é grande;
Apenas suficiente!
Minha terra é rica:
Cultura, vanguarda, tradição...
Minha terra perfeita? É, não!
É quase humana, mãe!
É mutante:
Cinzenta , estorricada,
De repente, verde, encharcada!
É sensível, persistente, alegre...
Minha terra enche-me de saudade
Sua água revigora-me
É renovação!
São, do Sabugi,
João.

PR_SJS

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Anistiada Contrária à Anistia...

=========================================================== Facebook: um posta, muitos compartilham... Assim, facilmente uma opinião propaga-se! =========================================================== =========================================================== Estava eu navegando na web, quando me deparei com o conjunto lingüístico acima, postado por http://www.facebook.com/paulo.sbressan. =========================================================== Inevitavelmente minha leitura DISCORDA do discurso de Paulo Bressan: A anistia que Sérgio Cabral concedeu aos Bombeiros do RJ não deveria ter ocorrido, tampouco deverá ser repetida por qualquer governante, visto que Policiais Militares são constitucionalmente PROIBIDOS de serem sindicalizados e de fazerem greve! =========================================================== A anistia, especialmente no caso da Bahia, em que o comando de greve incitou a violência e o vandalismo a fim de coagir os poderes legalmente constituídos a concederem suas reivindicações! =========================================================== Na década de 1970 não havia um Estado Democrático constituído no Brasil, vivíamos sob os arroubos da ditadura, a qual negava-se a dialogar. Hoje há democracia e qualquer categoria ou indivíduo poderá recorrer ao Judiciário sem precisar prejudicar a coletividade. =========================================================== =========================================================== Por isso, caro Bressan e prezado leito, a anistia aos que lutaram pela redemocratização do Brasil é justíssima; a dos que atropelam a lei em um Estado Democrático de Direito, NÃO!!! =========================================================== FONTE: Por http://www.facebook.com/paulo.sbressan =========================================================== =========================================================== ===========================================================

Um ato falho e... A MÁSCARA CAIU!!!

=========================================================== O insustentável preconceito do ser! =========================================================== =========================================================== Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos. =========================================================== Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso: =========================================================== - Recomendo um passeio pelo nosso "Central Park", disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só! =========================================================== -Então estarei em casa, repliquei ironicamente. =========================================================== -Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente. =========================================================== -A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista? =========================================================== -Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem "farofa" no parque. =========================================================== -Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos. =========================================================== -Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar.... =========================================================== De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado. =========================================================== Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os "Paraíba", que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a "Cabeça chata", outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste. =========================================================== Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável. =========================================================== Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava: -O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte: =========================================================== "O teu cabelo não nega, mulata / Porque és mulata na cor / Mas como a cor não pega, mulata / Mulata, quero o teu amor". =========================================================== "É ofensivo", diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem. =========================================================== A expressão "pé na cozinha", para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constragimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala. O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta: =========================================================== "Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra 'niger' para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim: 'Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe'...que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo). =========================================================== Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan 'black is beautiful'. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém". Será que na era Obama vão inventar "Pé na Presidência", para se referir aos negros e mulatos americanos de hoje? =========================================================== A origem social é outro fator que gera comentários tidos como "inofensivos" , mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir: =========================================================== - A minha "criadagem" não entra pelo elevador social ! =========================================================== E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais ? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, "viado", maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo? =========================================================== Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente: =========================================================== - Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque! =========================================================== Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino: =========================================================== -Só podia ser loira! =========================================================== Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco: =========================================================== - Só podia ser judeu! =========================================================== A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia ... Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: "O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem". Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano. =========================================================== A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável. O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorancia e alimenta o monstro da maldade. =========================================================== Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcóolatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado: =========================================================== -Só podia ser mendigo! =========================================================== No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover: =========================================================== -Só podia ser bandido! =========================================================== Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros. =========================================================== PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos. =========================================================== Rosana Jatobá - jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo =========================================================== FONTE: Por http://www.facebook.com/tuany.dutra =========================================================== =========================================================== ===========================================================