Tão tradicional quanto o show pirotécnico, os engarrafamentos da volta do réveillon de Ponta Negra não decepcionaram. Com a interdição da avenida Erivan França, o fluxo de carros foi deslocado para a avenida Engenheiro Roberto Freire e houve engarrafamento na rótula que leva à Rota do Sol. Da mesma forma, a volta para quem estava de ônibus não foi confortável. Poucas linhas, veículos bastante lotados e muita reclamação nas paradas de ônibus. Até para pegar táxi estava difícil.
Ao contrário de anos anteriores, o trânsito entre Pirangi e Natal não apresentou grandes problemas, apesar doo palco montado na areia de praia ter atraído um número considerável de visitantes. Já a volta para Natal de ônibus foi difícil, com muito aperto dos passageiros nos poucos microônibus disponíveis.
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A chuva, forte e inesperada no meio da noite quente e abafada, foi a grande personagem na festa de réveillon em Ponta Negra. Causou correria, esvaziou as barracas, encheu as marquises de pessoas ansiosas por não molhar a roupa, mas logo deu trégua e permitiu a todos acompanhar a queima de fogos na exata hora da virada sem maiores problemas.
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Comerciantes avaliaram que, apesar da chuva, o movimento estava bem parecido aos finais de ano anteriores. Famílias, turistas, jovens em busca da animação dos shows. Além da diversão, a virada do ano em Ponta Negra foi também uma ótima oportunidade para completar a renda.
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É assim que Jacson Lima encara a festa. Enquanto crianças corriam pela areia e pais preocupados tentavam curtir a noite, Jacson trabalhava. Vodka, cerveja, caipirinha, caipifrutas e petiscos são o carro-chefe da barraca montada na areia de Ponta Negra, quase equidistante entre o Morro do Careca e o fim do calçadão. Para o comerciante, que em dias normais trabalha dando polimento em carros e máquinas, a festa em Ponta Negra significa faturamento.
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Os turistas estavam em toda a parte, muitos até estrangeiros. Alguns cantos da praia lembravam uma pequena Torre de Babel, tamanha confusão de línguas estrangeiras. Ainda assim, a maioria das pessoas de fora que resolveram passar o réveillon em Ponta Negra eram de estados vizinhos. Ari Silva, de 25 anos, era um deles. Pouco antes das 23h, ele passeava com Meire e Maria Isabela Castelo, respectivamente 23 e 15 anos. Os três são de Fortaleza e trocaram a capital cearense pelas praias potiguares para “mudar um pouco”, sem se decepcionar até aquele momento.
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“Chegamos no dia 28 e não sabia que tinha tanto movimento”, diz Ari, espantado com a quantidade de gente na praia. “Pensei que fosse calmo, ao contrário de Fortaleza, mas está animado”, complementa Meire.
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A alegria dos turistas foi interrompida pela chuva. Por volta de 23h, choveu forte na praia e as barracas ficaram vazias. Apesar do pouco tempo, cerca de 20 minutos, a chuva foi suficiente para alagar a parte mais baixa da pista do calçadão. Poças se formaram e o público ficou escaldado. Qualquer ameaça de chuva e voltava a correria para se abrigar nas marquises de algumas lojas.
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Durante a queima de fogos, não choveu, mas mesmo assim muita gente saiu decepcionada. O motivo foi o pouco tempo de show pirotécnico. Divulgado como um show de 12 minutos, a impressão para boa parte dos presentes foi que os riscos luminosos no céu da praia não duraram mais de seis minutos. “Achei realmente muito pouco, pensei que veríamos mais tempo. O que salvou foi os fogos da Via Costeira”, diz Paulo César Pinheiro.
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Na Praia do Meio, o público foi pequeno para ver Iemanjá
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A celebração em torno de Iemanjá, pelos seguidores da umbanda, atraiu pouco público para a praia do Meio, em comparação aos anos anteriores. Segundo o presidente da Federação Espírita de Umbanda e Candomblé (Feuc), Marcilei Maciel, “o evento é uma das três oportunidades, no qual os barracões louvam a orixá Iemanjá.
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Essa adoração acontece em três datas: 8 de dezembro, 31 de dezembro e 2 de fevereiro”, explicou Marcilei, enquanto esclarecia que no dia 31 o evento é mais expressivo devido à coincidência com a virada do ano, mas que para a religião as três datas têm o mesmo significado.
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Dona Maria José de Souza tem 84 anos, mas não deixou de ir à praia com um longo vestido branco e prestar sua homenagem a Iemanjá. Há 60 anos adepta da umbanda, Dona Maria tem um centro no Alecrim, chamado São João Batista.
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“Todos os anos eu venho porque Iemanjá é muito importante para mim. É a nossa mãe”, falou Maria, em meio a outras pessoas que também homenageavam a orixá.
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Na areia, as chamadas “Rodas de Santos”, que de acordo com o presidente Marcilei, também tem como objetivo glorificar Iemanjá. “É um ritual de louvor. A roda reúne os fiéis e é cheia de significado para a religião”.
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FONTE: Tribuna do Norte, Isaac Lira - repórter
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